O PS-Madeira releva a importância da revisão da Constituição, mas entende que este processo deve ser um exercício responsável, ponderado e absolutamente blindado a agendas partidárias e a calendários eleitorais, devendo ter em conta, atempadamente, a posição das Regiões no tocante às Autonomias.
Numa altura que foi aberto um processo de revisão ordinária da Constituição – tema que, aliás, estará hoje em foco na reunião da Comissão Política Nacional do PS – Sérgio Gonçalves é perentório e considera que, no que se refere ao capítulo do aprofundamento da Autonomia, essa revisão, para ser efetuada de forma responsável e para responder às ambições da Região Autónoma da Madeira e dos madeirenses, deve ser resultado de um trabalho desenvolvido de forma mais exaustiva.
No entender do presidente dos socialistas madeirenses, defender o aprofundamento da nossa Autonomia passa também por respeitar aquela que já conquistámos, pelo que um processo desta natureza deve ser consensualizado na Assembleia Legislativa da Madeira, o principal órgão de governo próprio da Região. Parlamento onde, frisa, foi criada uma Comissão Eventual para o Aprofundamento da Autonomia e Reforma do Sistema Político, que tem como pontos em agenda, a par da revisão da Lei de Finanças Regionais, do Estatuto Político-Administrativo e da Lei Eleitoral, a revisão constitucional.
Sérgio Gonçalves recorda, aliás, que foi o Partido Socialista que desencadeou este processo na Assembleia Legislativa da Madeira, sendo que, entre as propostas defendidas e que dependem obrigatoriamente da revisão da Lei Fundamental, encontram-se o reforço da autonomia fiscal, matérias relacionadas com a garantia da continuidade territorial, as especificidades da insularidade e da ultraperiferia, bem como a extinção do cargo de Representante da República.
Como tal, o PS-Madeira, em posição partilhada e conjunta com o PS-Açores, não apresentará propostas relativas às Autonomias para integrar esta revisão constitucional, cujo prazo para a apresentação de propostas de alteração termina amanhã, sendo que, realizado e findo este trabalho na Madeira, o partido, através dos seus deputados à Assembleia da República, poderá desencadear um novo processo de revisão.