Paulo Cafôfo constatou que, nos últimos anos, temos vindo a assistir a uma perda da expressão do gado e a uma dependência cada vez maior de carne que vem do exterior, dando como exemplo o facto de a carne para o prato mais afamado da Madeira – a espetada – vir «quase toda de fora». «Temos de ter aqui outra perspetiva, outro modelo, porque, infelizmente, o que tem acontecido nos últimos anos é que os criadores de gado foram desistindo, porque houve uma pressão para que assim acontecesse, com a questão do impacto ambiental», afirmou.
No entanto, o candidato considerou que é possível conciliar as questões ambientais com as questões da pecuária e da criação de gado, porque «o problema não está nos animais», mas sim no modo de produção e de criação. «É por isso que acredito que temos de ter outro modelo que possa beneficiar economicamente as pessoas, que possa desenvolver a nossa Região, que assegure as questões ambientais e a segurança das populações, mas que possamos ter aqui produtos regionais, carne regional de qualidade, que tenhamos orgulho naquilo que é nosso», disse, acrescentado que «precisamos de voltar a reinvestir novamente na criação de gado, na produção animal, na pecuária extensiva, tendo sempre o bem-estar animal e as questões ambientais».
Além disso, Paulo Cafôfo defende que é preciso revitalizar os centros zootécnicos, como dinâmica que podem provocar localmente, mas também dar a assistência técnica que é necessária, seja para o licenciamento, a identificação ou registo. Apostar no modo de produção biológico é outra ideia preconizada. «Há um setor que necessita de ser revitalizado, que é importante para a nossa economia, que é importante para criar emprego, fixar pessoas. Nós sabemos aquilo que tem sido o despovoamento, a desertificação dos concelhos mais rurais, sendo que as questões da agricultura e da criação de gado podem e devem ser um fator de dinâmica de desenvolvimento local, de fixação de pessoas e de criação de emprego», frisou.