InícioAtualidadeREFORMA APRESENTADA NÃO RESOLVE ALTAS PROBLEMÁTICAS

REFORMA APRESENTADA NÃO RESOLVE ALTAS PROBLEMÁTICAS

Em conferência de imprensa, Victor Freitas começou por estranhar que um programa desta natureza tenha sido apresentado por uma assessora e não por um responsável político. O socialista questionou quantas camas é que existem atualmente para Cuidados Continuados e quantas irá aumentar, porque «sem sabermos a base de que partimos, nunca saberemos se o aumento tem algum significado». «Nenhum responsável político deu a conhecer esse número de camas e isto cheira-nos mais a uma ação de propaganda do Governo do que a resolução do problema». «Uma ação de propaganda no sentido de contrariar aquilo que tem sido o acento tónico do PS em relação às questões de altas problemáticas na Região, que é um problema que não existe a nível do País nem nos Açores, mas é demasiado evidente aqui na RAM», acrescentou, frisando que «esta dita reforma do Sistema Regional de Saúde não resolve o problema das altas problemáticas».

Victor Freitas lembra que há cerca de 600 pessoas em altas problemáticas, sublinhando que «esta reforma resolve unicamente algumas dezenas [de casos] e estamos a falar de um problema na ordem das centenas».

Nesse sentido, o deputado lembrou que os 600 utentes em altas problemáticas representam um custo anual de 46 milhões de euros, voltando a defender que estes casos deveriam passar para a alçada da Segurança Social, pois passariam a representar um custo de 13 milhões de euros anuais, o que resultaria num ganho de 33 milhões de euros. Tal como sustentou, o ganho de 33 milhões de euros desta operação deveria ser aplicado na construção de novos lares de terceira idade (há 955 pessoas em lista de espera), no apoio domiciliário e para investimento na Saúde.

Victor Freitas frisou que esta solução para as altas problemáticas está prevista no Programa de Governo do PSD, pelo que o Executivo «tem de clarificar por que razão não passa as altas problemáticas da área da Saúde para a área da Segurança Social, com esse ganho de 33 milhões de euros por ano». «Esta medida está no Programa de Governo. As duas Secretarias [a da Saúde e a da Inclusão e Assuntos Sociais] têm de se entender e resolver esta situação. Os utentes é que não podem continuar a ficar prejudicados numa dita guerra entre duas secretarias que não se entendem em relação a esta matéria», rematou.