InícioAtualidadePSD e CDS tentam criar obstáculos ao apuramento da verdade

PSD e CDS tentam criar obstáculos ao apuramento da verdade

O PSD e o CDS adotaram, esta tarde, uma postura de bloqueio em relação ao cabal apuramento dos factos, no âmbito da comissão de inquérito sobre as “obras inventadas” e o favorecimento de grupos económicos por parte do Governo Regional, constituída na sequência das denúncias feitas pelo ex-deputado do PSD Sérgio Marques.

Na primeira reunião da comissão, convocada para debater a metodologia a adotar, a maioria PSD-CDS recusou a proposta, os documentos e uma perícia solicitados pelo PS, partido que requereu a constituição da referida comissão de inquérito. Do mesmo modo, foi chumbada a audição de todas as personalidades apontadas pelo PS, à exceção dos nomes solicitados de forma potestativa. Miguel Albuquerque, Avelino Farinha e Luís Miguel de Sousa serão, assim, os inquiridos, em datas a definir.

Sérgio Gonçalves lamenta que a maioria não só não tenha apresentado qualquer metodologia de trabalho, como tenha, inclusivamente, obstaculizado aquela que foi proposta pelo PS. “Estamos perante um PSD e um CDS que, ao contrário do que apregoam, são contra a transparência e tentam impedir que os madeirenses conheçam toda a verdade obscura que envolve a governação da Região”, afirma o líder socialista, acrescentando que os deputados da maioria “despiram as vestes de deputados para adotarem o papel de advogados de Miguel Albuquerque e do Governo Regional”.

O líder socialista sublinha que a função dos deputados é representar e servir a população, e não defender interesses partidários, como fizeram os deputados da maioria. “Porque razão não querem ouvir as personalidades indicadas pelo PS e apenas aquelas a que ficam obrigados pelo direito potestativo?”, questiona, acrescentando que “quem quer saber a verdade não se opõe”.

Sérgio Gonçalves, que, pouco antes da primeira reunião da comissão de inquérito, havia alertado para que a maioria PSD-CDS não se constituísse como uma força de bloqueio, constata que foi precisamente essa a postura adotada. “Logo neste primeiro momento apercebemo-nos da existência de duas partes distintas: por um lado, aqueles que, como o PS, querem contribuir com todos os elementos necessários para que seja passada a pente fino a atuação do Governo Regional e, por outro lado, o PSD e o CDS, que tentam impedir esse escrutínio”, afirma.

O presidente do PS-M vinca que a constituição da comissão de inquérito tem como objetivo averiguar os factos denunciados por Sérgio Marques – também ele com responsabilidades governativas no Executivo de Miguel Albuquerque – e dotar a Assembleia Legislativa e todos os deputados eleitos pela população dos mecanismos e conhecimentos necessários que possam, eventualmente, levar à tomada de medidas.

Dá conta ainda que, com esta atitude da maioria parlamentar, fica demonstrado perante todos os madeirenses e porto-santenses o modo de atuação de um PSD – agora coligado com o CDS – que tenta branquear a atuação e as opções erradas do Governo que sustenta.

“Todas estas denúncias partiram de uma figura de relevo do PSD ao longo de décadas, o que só vem confirmar aquilo que temos vindo a afirmar”, refere Sérgio Gonçalves, assegurando que o PS irá fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que a verdade venha ao de cima, já que “estamos perante acusações muito graves e atentatórias dos interesses da população”.