A Concelhia do Funchal do Partido Socialista questiona o facto de a Câmara Municipal do Funchal (CMF) anunciar já ter dado luz verde para que avancem os projetos imobiliários na Praia Formosa, sem estarem salvaguardados os necessários estudos de mobilidade e sem serem tidos em conta os riscos de erosão costeira e o grau de perigosidade da escarpa.
A notícia hoje avançada pelo JM-Madeira dá conta que serão construídos na Praia Formosa sete edifícios de nove andares e que está ultrapassada toda a parte burocrática na autarquia, mas esta luz verde suscita dúvidas aos socialistas.
Isabel Garcês critica as declarações do vereador com o pelouro do Urbanismo, o qual, ao fim de três anos de mandato, apresenta o desenho urbano daquela zona “sem os estudos que suportam a viabilidade e a segurança” destes empreendimentos. A socialista alerta que não existem estudos de mobilidade, condição que considera fundamental, atendendo a que, se atualmente são já por demais sentidos os constrangimentos na mobilidade da cidade, a construção de sete edifícios de nove andares irá, naturalmente, agravar os problemas de tráfego.
Para além disso, a presidente da Concelhia do PS-Funchal deixa reparos ao facto de não serem considerados os riscos relacionados com a erosão costeira e das escarpas sobranceiras aos terrenos onde se prevê a construção dos referidos edifícios. “É uma irresponsabilidade negligenciar a importância desses estudos”, reforça Isabel Garcês, acusando o PSD de estar a “desvirtuar o projeto de devolução à comunidade da Praia Formosa com a ausência dos estudos que fundamentam e sustentam o projeto”.
Os socialistas condenam ainda toda a opacidade que existe em torno deste plano, quando já se fala em vendas de apartamentos sem que tenha havido ainda o devido licenciamento. “O PSD, numa abordagem desastrosa e propagandista centrada nos projetos imobiliários, vem dar luz verde a esses mesmos projetos que nem deram entrada nos serviços da CMF”, aponta ainda Isabel Garcês.