O anúncio das novas medidas de prevenção e controlo da pandemia na Madeira, feito ontem pelo presidente do Governo Regional, revela uma incoerência discursiva de Miguel Albuquerque que urge clarificar.
As medidas concretas decretadas são responsabilidade única e exclusiva do Executivo – esperemos nós que fundamentadas em critérios legais, técnicos e clínicos –, mas facto é que este anúncio revela, no mínimo, uma contrariedade relativamente àquilo que foi defendido pelo próprio presidente do Governo há apenas três dias. “Como é que Miguel Albuquerque veio a público ainda esta semana dizer que a situação pandémica na Região estava controlada e, ontem mesmo, sentiu necessidade de tomar medidas tão restritivas?”, questiona o líder parlamentar do PS-M, considerando que “algo não bate certo” e que o líder do Executivo, pelo dever de transparência, “deve uma verdadeira explicação aos madeirenses” sobre esta posição “tomada em cima do joelho”.
De acordo com Rui Caetano, prova de tamanha incoerência de Miguel Albuquerque e do deambular de medidas que causam sobressalto na população é o facto de, no dia seguinte (hoje), já ter sido preciso o Governo Regional fazer um segundo comunicado para esclarecer o primeiro, sem que as questões de fundo fiquem completamente clarificadas.
Rui Caetano considera igualmente preocupante o autoritarismo e a agressividade com que Miguel Albuquerque se dirigiu à população da Região, a qual não merece este tipo de tratamento, quando, maioritariamente, é cumpridora das regras sanitárias e aderiu de forma significativa à vacinação.
Perante as medidas anunciadas, o PS-Madeira entende que urge o Governo Regional esclarecer a forma como este processo será operacionalizado, pois são evidentes as dúvidas e a preocupação que esta situação está a gerar na população e na opinião pública.
O impacto destas determinações no tecido empresarial da Região, já de si fragilizado pela conjuntura pandémica, é outra questão que deve ser merecedora de atenção. Na ótica de Rui Caetano, é fundamental o Governo Regional fazer acompanhar estas orientações do devido apoio às empresas, assegurando também por essa via a salvaguarda de postos de trabalho e evitando consequências ainda maiores.