«A profundidade atlântica que a Madeira dá a Portugal constitui importantes alicerces para negociações com o Estado, com vista a uma Nova Autonomia e um novo relacionamento financeiro com o país»
Esta manhã, de visita ao Concelho de Câmara de Lobos, considerada uma das mais ricas zonas piscatórias, Victor Freitas, o líder do PS-Madeira, referiu que «a aposta no sector das pescas terá de ser um caminho a percorrer, de modo a inverter a política de abandono que se tem verificado nos últimos anos na região. Há que criar sistemas de incentivos ao desenvolvimento do sector, as quais passam pelo apoio à modernização de embarcações, assim como à criação de infraestruturas para a manutenção das frotas e escoamento do peixe, não só para consumo interno mas também para exportação».
Para Victor Freitas a questão das pescas é algo incontornável quando se fala da Madeira e, em particular, de zonas piscatórias como é Câmara de Lobos. «Nos últimos anos a política seguida foi a de apoio ao abate de embarcações, diminuindo, assim, a importância e peso deste sector na economia da região. Os Açores seguiram exatamente um caminho contrário ao da Madeira, o que levou, inclusive, a que muitos pescadores Madeirenses tenham deixado a ilha para trabalhar nos Açores», acrescenta justificando o desinvestiu que se tem verificado nos últimos anos no sector das pescas, na região.
Na corrida ao Governo Regional da Madeira, o candidato acredita no valor acrescentado que o território confere a Portugal devido à extensão da Plataforma Continental, que será uma das bases para o diálogo com o Governo da República. «As negociações entre a Madeira e o Estado terão em conta esta nova realidade. Hoje já não somos apenas uma Região Autónoma de dimensões diminutas no meio do oceano. Somos uma vasta plataforma continental com uma dimensão gigantesca e com riquezas por explorar. Esta nova profundidade atlântica que a Madeira dá a Portugal constituem importantes alicerces para negociações com o Estado, com vista a uma Nova Autonomia e um novo relacionamento financeiro com o país».
Esta é uma das propostas avançadas por Victor Freitas e a qual tem por base estudos científicos, desenvolvidos ao abrigo da Lei do Mar das Nações Unidas, que culminaram com uma proposta entregue e apresentada às Nações Unidas em 2009, ainda que venha apenas a ser discutida na Comissão de Limites da Plataforma Continental, em 2016. «Estamos a falar de uma plataforma continental que já permite a Portugal exercer direitos de soberania sobre o solo e subsolo marinhos para exploração e aproveitamento de recursos naturais, minerais, energéticos, e biogenéticos. Tendo em conta que é no mar que estão 65% dos hidrocarbonetos (petróleo e gás natural), acreditamos que o Mar é para a Madeira o recurso estratégico para o século XXI», acrescenta Victor Freitas.
Durante o período da tarde a visita ao Concelho do Porto Moniz passa pela “Festa do Panelo”, onde Victor Freitas marca presença a convite do socialista Emanuel Câmara, actual Presidente da autarquia. Para o líder do partido socialista «uma das mais importantes riquezas da região é, sem duvida, a sua identidade cultural. As “Festas do Panelo”, no Chão da Ribeira, revelam a genuinidade da região que, através das tradições, usos e costumes, dão a conhecer o que de melhor temos para oferecer, sem qualquer tipo de recriação para turista ver».