“O Governo Regional negligenciou, durante anos, a área da formação profissional na Região, em particular no que diz respeito à Escola de Hotelaria e Turismo da Madeira. O resultado disso é a grande lacuna que verificamos ao nível das qualificações e que faz com que, inclusivamente, muitas empresas tenham dificuldades em recrutar trabalhadores devidamente habilitados para responder às necessidades do mercado de trabalho”.
Quem o afirma é o presidente do PS-Madeira, para quem as declarações do secretário regional da Educação, ao assumir que quer fazer da Escola da Hotelaria uma referência na atração de jovens para os cursos ligados à hotelaria e ao turismo, representam o “reconhecimento de que o Governo descurou o setor e agora tenta correr atrás do prejuízo”.
Num momento em que a Escola de Hotelaria regressa à esfera pública, depois de uma exploração privada cujo contrato não estava a ser cumprido nos termos definidos, Sérgio Gonçalves lança severas críticas ao Governo por, durante anos, ter deixado este estabelecimento emblemático definhar, ter perdido recursos, meios financeiros e oportunidades de promover uma formação profissional de excelência que capacitasse aqueles que enveredam por esta via, preparando-os para o mercado de trabalho. “Numa Região que depende fortemente do Turismo, é incompreensível que o Governo Regional não tenha sido capaz de ter uma estratégia para responder a estes desafios”, repara.
Este é aliás, um problema mais abrangente e que extravasa o setor do turismo. O líder socialista condena o facto de, apesar dos milhões de euros provenientes de fundos europeus para a formação profissional, o Executivo não ter posto em prática medidas realmente estruturantes a este nível.
Sérgio Gonçalves reafirma, por isso, que, quando o PS for Governo, irá implementar um novo modelo de formação profissional que vá ao encontro das exigências do mercado de trabalho, que seja mais inclusivo, promotor de competências, de conhecimentos e do saber fazer. “Se queremos um modelo de desenvolvimento com melhores oportunidades para os madeirenses e que torne a nossa Região mais competitiva, não podemos continuar a ter estas lacunas ao nível das qualificações. Este é um entrave que é urgente combater”, sustenta.
Com esta aposta na formação profissional, o líder socialista, cabeça de lista às eleições legislativas de 24 de setembro, quer igualmente combater os problemas do abandono escolar precoce, dos jovens que não estudam nem trabalham (quase 8 mil) e daqueles que se veem obrigados a emigrar por não encontrarem aqui oportunidades de trabalho ou por não reunirem as qualificações necessárias para tal.