O presidente do PS-Madeira defendeu, hoje, a criação do Provedor do Doente, uma entidade independente à qual os utentes do Serviço Regional de Saúde possam apresentar as suas preocupações e reclamações relativamente à Saúde e que possa intervir junto do Governo Regional, de modo a que os problemas possam ser resolvidos.
Em conferência de imprensa realizada junto ao Hospital Doutor Nélio Mendonça, Sérgio Gonçalves deu conta que os problemas no setor da Saúde persistem, apontando como exemplos a duplicação das listas de espera desde que Miguel Albuquerque é presidente do Governo, os serviços de urgência de Santana e Porto Moniz encerrados no período noturno e as dificuldades de muitos madeirenses em aceder a cuidados de saúde, devido aos baixos rendimentos, o que faz com que quem tem possibilidades recorra ao privado e quem não tem dinheiro fique meses ou anos à espera.
“É preciso implementar políticas que invertam esta situação, mas também dar voz aos madeirenses e a possibilidade de darem nota das suas preocupações, dos seus problemas e das suas dificuldades no acesso à saúde”, afirmou, defendendo a criação do Provedor do Doente, entidade que receba essas reclamações, de modo a que o Governo, “tomando devida nota das mesmas, possa resolver esses problemas”, que “é algo que não tem acontecido ao longo dos últimos tempos”.
O líder socialista denunciou “o esforço que tem havido por parte do Governo Regional em enganar os madeirenses”, voltando a apontar a duplicação das listas de espera dos pouco mais de 60 mil atos médicos em 2015 para os atuais 118 mil e criticando o Executivo por, este ano, ter apagado 16 especialidades médicas, “tentando dizer que as listas de espera diminuíram, quando tal não acontece”. “Os problemas não foram resolvidos e muitas pessoas continuam sem uma resposta por parte do Serviço Regional de Saúde”, censurou, assegurando que a figura do Provedor do Doente será uma realidade com um governo PS e que tal será muito importante “para dar voz a todas as preocupações dos madeirenses que não acedem à saúde, que é um direito fundamental que não está a ser respeitado aqui na Região”.
Governo tem de dar esclarecimentos
sobre ataque informático
Por outro lado, questionado a respeito do ciberataque ao SESARAM, Sérgio Gonçalves disse que o Governo Regional tem vindo a dar conta do investimento que tem feito na área digital, mas, “pelos vistos, não acautelou devidamente esses sistemas”. “É uma situação que lamentamos, que não deveria acontecer, mas é apenas mais um dos muitos problemas que a Saúde tem na Região”, disse.
Criticando a falta de transparência neste processo, o presidente do PS-M considerou que o Executivo “tem de prestar esclarecimentos” e que esta situação “deve ser bem explicada a todos os madeirenses, para que saibam, efetivamente, se os seus dados, quer pessoais, quer clínicos, estão ou não protegidos”.