A Comissão Política do PS-Madeira, reunida esta tarde, decidiu, por unanimidade, dar a indicação ao Grupo Parlamentar para votar favoravelmente a moção de censura ao Governo de Miguel Albuquerque, que deu entrada esta semana na Assembleia Legislativa Regional.
Como adiantou Paulo Cafôfo no final da reunião, os socialistas, numa postura coerente, tomaram a decisão de votar favoravelmente a moção, garantindo que não poderiam nem vão segurar este Governo de Miguel Albuquerque.
Como explicou o líder socialista, se, por altura da apresentação do Programa de Governo, o PS votou contra a moção de confiança, agora, numa atitude coerente, também não iria votar contra uma moção de censura, tendo até em conta tudo o que tem acontecido ao longo deste mandato.
“Temos um presidente do Governo que é arguido por casos de corrupção ativa e passiva, que não quer responder à Justiça e que não pede a retirada da sua imunidade enquanto membro do Conselho de Estado. Temos um Governo de oito elementos, cinco dos quais, incluindo o presidente, estão a contas com a Justiça”, adiantou, vincando que isto “não é normal nem aceitável” em democracia.
Além disso, Paulo Cafôfo referiu-se ao facto de, num momento tão difícil como aquele dos incêndios de agosto, o presidente do Governo ter fugido às suas responsabilidades. “Em vez de gerir os incêndios e estar ao lado do seu povo, fugiu para o Porto Santo, para se estender a apanhar sol numa espreguiçadeira no areal”, condenou.
“É por isso que nós não podemos segurar um presidente com esta postura e um Governo que perdeu toda a credibilidade”, explicou o líder do PS-Madeira, acusando Miguel Albuquerque de estar “agarrado ao poder por interesse próprio, para não responder à justiça”. “Não lhe interessam os madeirenses e os porto-santenses, interessa-lhe manter-se agarrado ao poder custe o que custar”, disse, vincando que isto é algo que não pode ser aceite e é por essa razão que o PS irá votar favoravelmente a moção de censura.
Paulo Cafôfo reforçou que esta foi uma decisão “ponderada, refletida e responsável”, dando conta que os madeirenses não compreenderiam que, com o historial de luta contra este regime, num momento tão decisivo como este o PS hesitasse em votar favoravelmente a moção de censura.