Com o avanço da solução há muito defendida pelo Partido Socialista da Madeira para a requalificação do Centro Educativo do Santo da Serra, a Região deixará de ser a única no País que não dispõe de uma comunidade terapêutica de reinserção para toxicodependentes.
De acordo com a parlamentar do PS-M na Assembleia da República Marta Freitas, a criação da primeira comunidade terapêutica na Madeira é “uma conquista decorrente de um trabalho de persistente sensibilização e de articulação levado a bom porto quer pelos deputados socialistas no Parlamento Regional, quer pelos deputados socialistas da Região no Parlamento Nacional”.
Durante a audição do responsável madeirense pela Unidade Operacional de Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências (UCAD), Marta Freitas manifestou satisfação pelos avanços alcançados neste ponto em particular, que vinha sendo inviabilizado recorrentemente pelo Governo Regional, sublinhando que o combate ao flagelo da toxicodependência “deve ser uma preocupação de todos, exigindo um olhar transversal que possibilite a diversificação de respostas e não apenas uma abordagem punitiva e criminalizante”.
A deputada socialista, que em fevereiro passado alertara a ministra da Justiça para a singularidade do caso madeirense e reivindicara a criação de uma comunidade terapêutica no espaço onde funcionou o Centro Educativo do Santo da Serra, questionou Nelson Carvalho, diretor da UCAD, sobre o ainda inexistente plano regional para a redução de comportamentos aditivos e dependências da Madeira, prometido há três anos.
“Tendo a Madeira as suas especificidades neste flagelo, é fundamental contar com um instrumento estratégico próprio”, defendeu Marta Freitas, advogando em seguida a necessidade de melhorar a capacidade de intervenção no tratamento, mas também em soluções “integradas” de proximidade e na prevenção, que incluam igualmente a saúde mental, cujo plano para a Madeira, acusou, “continua igualmente desconhecido”.
Nesta audição, Marta Freitas destacou também o impacto positivo que terá a ativação, para breve, do laboratório da Polícia Judiciária na Madeira em matéria de “identificação rápida das substâncias que são consumidas na Região”.
E aproveitou a ocasião para reforçar a importância de uma “maior celeridade na atualização das listas de substâncias cuja comercialização é criminalizada”, para que se consiga fazer cumprir os prazos atualmente estabelecidos, nomeadamente os seis meses recomendados em diretiva da União Europeia aos seus Estados-membros.