Miguel Iglésias, líder parlamentar do Grupo Parlamentar do PS-Madeira, em declarações à comunicação social, começou por explicar o âmbito da iniciativa, referindo que “na próxima quarta-feira, iremos discutir um diploma do PS, na Assembleia Legislativa da Madeira, relativamente à dissolução das Sociedades de Desenvolvimento da Madeira”, nomeadamente a Ponta do Oeste – Sociedade de Promoção e Desenvolvimento da Zona Oeste da Madeira, SA, a Sociedade de Desenvolvimento do Norte da Madeira, SA, a Sociedade de Desenvolvimento do Porto Santo, SA e a Sociedade Metropolitana de Desenvolvimento, SA.’.
O PS-Madeira pretende assim acabar com o “autêntico sorvedouro de dinheiro” que estas sociedades representaram ao longo dos anos, frisando ainda que “nos últimos quatro anos, estas sociedades absorveram 150 milhões de euros do Orçamento Regional, maioritariamente para cobrir prejuízos e para pagamento de dívidas de anos anteriores”.
“Num momento em que as famílias passam enormes dificuldades, num momento em que temos de fazer um enorme esforço orçamental para responder a situações prioritárias e de emergências e, naturalmente, teremos que fazer cortes naquilo que não é essencial. E as Sociedades de Desenvolvimento não são essenciais”, sublinhou o socialista.
Miguel Iglésias diz mesmo que “é preciso ter em atenção que estas sociedades servem simplesmente para pagar dívidas antigas e para gerir património, gestão que poderia ser feita perfeitamente por outras instituições, como por exemplo, pelas Autarquias”.
O líder parlamentar abordou as questões ligadas às remunerações, explicando assim que “um terço das remunerações destas sociedades servem para pagar os conselhos de administração”. Uma situação que diz “não fazer sentido”, defendendo que, este momento de retoma económica da Região, surge como uma “boa oportunidade para tomar decisões concretas e responsáveis”.
O deputado aponta ainda que solução poderá passar pela cedência ou venda dos ativos das Sociedades de Desenvolvimento às Autarquias e absorção dos funcionários na Administração Pública Regional”.
Miguel Iglésias reforça a importância desta proposta, referindo mesmo que as Sociedades de Desenvolvimento são “um ponto negro naquilo que é a gestão do património regional”.
“Julgo que se o Governo Regional pede sacrifícios aos contribuintes madeirenses, se pede apoios e ajudas ao Governo da República e à Europa, também tem que fazer o seu ‘trabalho de casa’ e, naturalmente, terá de gerir os meios que terá à sua disposição de uma forma mais justa e proporcional”, concluiu.