Para além do candidato ao Governo Regional, Paulo Cafôfo, e da coordenadora da área da Cultura, Luísa Paolinelli, a iniciativa contou com os contributos de Susana Goulart Costa (diretora regional da Cultura dos Açores), Mafalda Sebastião (coordenadora do Polo Cultural Gaivotas da Câmara Municipal de Lisboa), Eduardo Leite (gestor e professor da Universidade da Madeira) e Rui Dantas Rodrigues (realizador e fundador de Terminal 7).
Luísa Paolinelli destacou a importância deste debate de forma a conhecer as boas práticas existentes e retirar ideias e contributos para o futuro. “Se queremos pensar a Cultura para o futuro, devemos ouvir também aquilo que os outros têm a dizer sobre os exemplos, sobre as alternativas para fazer uma Cultura mais inteligente, mais sustentável, que tenha a capacidade de colocar em diálogo operadores, a identidade da própria Região e as empresas.”
Na sua intervenção, Paulo Cafôfo enfatizou a necessidade de colocar a Cultura no centro das políticas governativas com o objetivo de democratizar o seu acesso e torna-la num fator de desenvolvimento regional. Para o candidato, a cultura precisa de ser autonomizada do turismo, área à qual se encontra ligada enquanto entretenimento e não como criação de projetos culturais.
“Esta é uma grande diferença que nós queremos implementar, projetos culturais e não ser só um entretenimento, porque acreditamos que pode gerar riqueza, pode criar emprego, pode ser uma ponte para a inovação, para coesão social e coesão territorial”, afirmou. Nesse sentido, o candidato considera fundamental a criação de plano estratégico para a Cultura. “É essencial ter uma visão e uma estratégia para a Cultura, haver um fórum que congregue os agentes culturais […], haver um fundo de investimento para os agentes culturais poderem desenvolver os seus projetos”.
A diretora regional da Cultura dos Açores, Susana Goulart da Costa, apontou as diferenças entre a dinâmica cultural dos Açores e da Madeira devido ao número de ilhas dos dois arquipélagos, no entanto, disse acreditar que existe a possibilidade de replicar modelos de eficiência do ponto de vista da gestão cultural, não só ao nível do Fundo de Ação Cultural mas também da criação de sinergias.
“Penso que é muito importante fomentar cada vez mais este diálogo entre as ilhas, do ponto de vista de todas as artes, sejam as artes plásticas, as artes de palco, as artes musicais. Penso que é muito importante fazer este combate pela união a nível de projetos de índole cultural”, disse.
Para Rui Dantas Rodrigues, realizador e fundador de Terminal 7, é preciso valorizar mais a cultura genuinamente madeirense, em detrimento do que vem de fora, preocupado com o facto de “as pessoas, no geral, não saberem o que é ser madeirense”. O orador defende ainda que a cultura deveria fazer parte do programa escolar e que as crianças deverias ter mais contacto com os seniores de modo a aprenderem mais sobre as vivências do passado.
Também Eduardo Leite, gestor e professor da Universidade da Madeira (UMa), centrou-se na temática do empreendedorismo na área cultural. Segundo o docente, “vivemos um tempo de crescimento rápido, de mudanças repentinas, em que nada é garantido e, portanto, mesmo dentro da Cultura, temos de pensar no aspeto de empreender”.
Face à quantidade e à qualidade dos recursos humanos disponíveis pelo mundo, o orador acredita que é preciso chamar a sua atenção e criar condições no nosso país para os reter e não os levar a emigrar.
Vinda do continente Mafalda Sebastião, coordenadora do Polo Cultural Gaivotas da Câmara Municipal de Lisboa, apresentou o centro de recursos para a criação artística, um projeto que disponibiliza espaços e atendimento especializado que permitem acesso a informação concentrada no âmbito cultural.