Jaime Leandro salientou que “mais do que proceder à transferência de verbas entre colunas ou secretarias é necessário adequar a governação à realidade, clarificar políticas e procedimentos, apontar caminhos, criar soluções, soltar amarras de velhos hábitos de subserviência aos lobbies económicos e pensar, de uma vez, que os recursos que temos devem ser melhor empregues e ainda melhor distribuídos. Não podemos persistir no caminho do empobrecimento de uma maioria a favor do enriquecimento de uns poucos.
Já que ainda não é tempo de mudar de governo, ou se quisermos de Presidente do Governo, porque a democracia também tem destes impedimentos, é altura de mudar alguns dos seus intérpretes.
Já que teremos de continuar a ouvir o Presidente do Governo desculpas para o inexplicável seria desejável que este Governo sofresse um novo impulso.
Pela sua inércia e falta de soluções mais parece um governo que leva décadas, que se afunda num pântano de desesperança, resignação e de engano que é, ao fim e ao cabo, a imagem de muitos dos seus protagonistas.
Foi o próprio Presidente do Governo Regional que o admitiu publicamente, reconheceu que não estava satisfeito com os secretários regionais que escolheu.
Admitiu e ameaçou, nas entrelinhas, com a possibilidade de alterações, mas nada aconteceu, este é um Governo que vive muito de desabafos e pouco de realidade.
A Saúde, tão importante para a qualidade de vida e bem-estar dos nossos concidadãos, continua um caos. Quem vai às urgências do Hospital Dr. Nélio Mendonça ou ao Hospital dos Marmeleiros sabe exatamente do que falo.
Numa década e meia os Governos Regionais do PSD, gastaram, ou desterraram, 25 mil milhões de euros sem, contudo, conseguir construir um hospital. Se fizermos as contas essa verba dava para ter construído 73 hospitais mas nem o processo de expropriações dos terrenos para aquele que será o novo hospital, apoiado pela República, está concluído.
A Economia e o Turismo vivem dos prémios que a Região conquista a que o secretário regional se agarra como se fossem frutos de medidas que toma quando se sabe que não é assim.
Devíamos estar aqui a alterar o orçamento para conformar as promessas emblemáticas e enganosas, que possibilitassem a vinda do avião-cargueiro, que promovessem o restabelecimento da linha marítima de passageiros de e para o continente, mas disso nem um sinal. As promessas que fizeram com que o PSD ganhasse as eleições desapareceram no Triângulo das Bermudas.
A negociação da mobilidade com a República foi a desgraça que se sabe, mas a teimosia e a inconsciência continuam. A economia não dá sinais de retoma que nos animem: continuam as insolvências, continuamos a ter a taxa de desemprego mais elevada do país, continua a emigração, mas vem aí o Natal para distrair o povo, mas o povo já não acredita no pai natal da Quinta Vigia, nem mesmo a cici.
A concessão do Centro Internacional de Negócios será novamente entregue aos mesmos lesando a Região, os madeirenses e porto-santenses em milhões de euros que poderiam servir para reforçar o orçamento da saúde ou para indeminizações compensatórias ao desejado e necessário operador da linha ferry, mas não o Dr. Albuquerque prefere dá-los de presente aos privados sob a capa da competência que lhes atribui, a que eu chamo de compadrio.
A Agricultura e Pescas não se entende com o Ambiente, nem para combater a praga que destruiu, este ano, a nossa produção de castanha.
Muito mais sobre o desgoverno desta terra pode ser dito tantas são as calinadas que têm sido cometidas e cujos resultados acabam sempre no mesmo: graves prejuízos para os madeirenses e porto-santenses.
A mudança de protagonistas e de políticas do Governo Regional deve ser operada o quanto antes, caso contrário, a agonia continuará.
A Madeira e o Porto Santo precisam de ter um novo caminho, com governantes capazes, com governantes que estejam longe dos erros calculados, com ou sem malicia, mas que na verdade perduram inexplicavelmente.
Infelizmente, para os madeirenses e porto-santenses, que confiaram no PSD-M, a vossa cartilha é a mesma dos Governos de Alberto João Jardim.
A propalada renovação é a que está à vista é só fogo-de-artifício. Este Governo Regional é comprovadamente uma desilusão e isso está à vista de toda a gente.
Basta de propaganda. Basta de anúncios e de nada fazer. É preciso coragem, é preciso determinação mas é igualmente preciso que se reconheçam os erros, sem isso não se inflete o rumo ao abismo.
Basta olhar para o Orçamento Regional de 2017 que será discutido na próxima semana para percebermos o que aqui tenho vindo a dizer, talvez seja melhor retificá-lo já à nascença.
O povo não merece tamanha insensatez, nem tamanha falta de palavra e de compromisso do Dr. Miguel Albuquerque”, disse.