Em conferência de imprensa, realizada esta manhã na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, Miguel Iglésias começou por fazer referência à descoberta de um possível crime ambiental na praia dos Socorridos, derivado de um antigo poço de hidrocarbonetos da Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM). «Não podemos deixar de lamentar a atitude da senhora secretária regional do Ambiente, tentando imputar novamente culpas para a autarquia do Funchal, como se essa entidade tivesse alguma responsabilidade pela existência daquele derrame de óleo, que, como sabemos, é da responsabilidade da EEM», afirmou. Mostrando-se preocupado por serem desconhecidos quais os impactos ambientais daquele problema, o deputado socialista disse esperar que «as entidades competentes, sejam da inspeção ambiental, sejam inclusivamente de investigação criminal, descubram efetivamente todas as responsabilidades relativamente a esta questão».
Por outro lado, Miguel Iglésias apontou o «infeliz episódio» ocorrido na praia de Machico, em que a empresa Águas e Resíduos da Madeira (ARM) tenta imputar responsabilidade à autarquia por uma descarga que a própria (empresa) efetuou. Lembrando que o presidente da edilidade local já fez a defesa desta questão, o líder parlamentar do PS-M adianta que há, inclusivamente, documentos que foram enviados da ARM para a Câmara «que demonstram que foi a ARM que efetuou descargas na ribeira, descargas essas efetuadas no início da época balnear, quando a autarquia já tinha efetuado a limpeza à praia e já tinha colocado um nadador-salvador».
«É de todo lamentável que, mais uma vez, a ARM, que está sob a tutela da Secretaria Regional do Ambiente, também tenha este tipo de comportamentos absolutamente lesivos para o ambiente», considerou Miguel Iglésias.
O socialista constatou que «estamos a falar também de entidades que estão envolvidas na questão da extração ilegal de inertes e na permissividade que há a nível regional para a perpetuação destes crimes ambientais». Portanto, «não podemos deixar de manifestar o nosso repúdio absoluto e, da nossa parte, iremos até às últimas consequências, naquilo que são as nossas competências, para assegurar que todas estas situações sejam esclarecidas cabalmente», garantiu.