Tem hoje início o XXIV Congresso Nacional do PS, que consagra Pedro Nuno Santos como o novo secretário-geral dos socialistas, após as eleições internas de dezembro passado.
O PS-Madeira faz-se representar na reunião magna por um grupo de 103 delegados – entre eleitos, inerentes e convidados – nos quais se inclui o presidente do partido, que amanhã subirá ao palco para uma intervenção.
No arranque dos trabalhos, Paulo Cafôfo releva a mobilização e o entusiasmo dos socialistas madeirenses, focados em contribuir para o crescimento do PS a nível nacional, mas destacando também o “compromisso que deve ser assumido por parte da direção nacional para com o PS-Madeira e os madeirenses e porto-santenses”.
O líder do PS-M adianta que, na sua alocução, irá apontar o foco para a importância do aprofundamento da Autonomia. “Teremos de ser nós próprios os construtores de uma Autonomia sem donos”, refere, considerando que o potencial da Autonomia não tem sido esgotado pelo PSD e defendendo que a mesma possa ser usada em benefício de todos os madeirenses e não de apenas alguns.
Paulo Cafôfo fará igualmente questão de marcar posição sobre alguns dos assuntos que dizem diretamente respeito à Região e que têm impacto na vida dos madeirenses, como sejam a Lei de Finanças Regionais, o Centro Internacional de Negócios, a Universidade da Madeira (que viu reforçado o seu financiamento por parte da República) e a revisão da Constituição e do Estatuto Político-Administrativo.
Viver os desafios do presente sem esquecer o passado
Por outro lado, Paulo Cafôfo aponta este primeiro dia de Congresso como um momento para ouvir e homenagear António Costa, quer como secretário-geral do PS, quer como primeiro-ministro. “Vivemos momentos desafiantes, mas é importante não esquecermos o passado e, acima de tudo, quem ao longo dos últimos anos, esteve à frente do Governo de Portugal e contribuiu sobremaneira para um virar de página da austeridade, para a devolução de rendimentos, para a melhoria da vida dos portugueses, dos serviços públicos e da economia, com a particularidade de termos sempre as contas certas”. Um momento forte, emocionante, que, diz, “não será uma despedida, mas um até já”.
O conclave representará, naturalmente, a consagração de Pedro Nuno Santos como secretário-geral socialista, num projeto que, independentemente dos perfis distintos dos líderes cessante e agora empossado, será de continuidade, sempre com o desígnio e a vontade de “bem fazer a Portugal”, sustenta Paulo Cafôfo, convicto de uma vitória do PS nas eleições de 10 de março e na formação de um novo governo liderado por Pedro Nuno Santos.
Virar de página nas políticas para as Comunidades
Embora participando no congresso na qualidade de presidente do PS-M, Paulo Cafôfo não despe as vestes de secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, cargo que ainda ocupa e do qual faz um balanço positivo. Como referiu, este momento representou um virar de página e a resolução de inúmeros problemas relacionados com a diáspora.
Neste campo, destaca o facto de o ano de 2023 ter terminado com mais de 1,8 milhões de atos consulares e enaltece o acordo alcançado com o sindicato dos trabalhadores consulares que permitiu um acréscimo salarial histórico.
O responsável salienta também a implementação do consulado virtual e o aperfeiçoamento dos centros de atendimento consulares, que já contam com 2,2 milhões de contactos e que chegam a 17 países. Os programas no âmbito do apoio social criados na Venezuela, o projeto do ensino do português no estrangeiro (que engloba 72 mil alunos e representa 32 milhões de euros de investimento) e os apoios às associações e aos órgãos de comunicação social na diáspora são outras das medidas evidenciadas por Paulo Cafôfo, que sublinha o “trabalho gratificante de valorização de quem nunca se esqueceu de Portugal” e que representa um potencial estratégico para o País e para a Região.