O deputado Miguel Iglésias considerou que o facto de o PS ter mantido a eleição de três deputados à Assembleia da República demonstra que o partido se mantém como alternativa de governação, com um eleitorado estável e substancial. Numa intervenção na Assembleia Legislativa da Madeira, o parlamentar evidenciou que foi expressiva a vontade da maioria da população madeirense que não votou nos partidos que suportam o Governo Regional. Tal como referiu, os madeirenses reconheceram o papel do PS-Madeira e o trabalho coerente e consistente dos representantes do partido a nível local, nacional e europeu.
“O PS-Madeira continuará focado num rumo de construção de um projeto político de alternativa à governação regional. Este é o nosso compromisso com todos os madeirenses e porto-santenses”, assegurou.
O agora eleito deputado ao Parlamento nacional afirmou também que a crispação entre os dois governos “é uma criação fictícia do PSD-CDS para retirar ganhos políticos com a instituição de um afamado inimigo externo”. “É uma má criação, porque é baseada em várias falsidades e remete para segundo plano o essencial, que é resolver os problemas dos madeirenses”, acrescentou, garantindo, contudo, que “o PS cá estará para dialogar com o Governo da República e fazer avançar os temas essenciais para a Madeira se desenvolver”.
Miguel Iglésias sustentou também que o resultado das eleições de domingo foi “uma derrota política e que abala o acordo da coligação” entre o PSD e o CDS. E disse que se a nível nacional o CDS desapareceu, “a nível regional seguirá o caminho da extinção”. “O CDS demonstra aquilo que nunca deveria ter sido, uma bengala provisória que serviu apenas para manter o atual regime regional depois de ter estado mais de 40 anos a fazer-lhe oposição”, apontou, esperando que “em 2023 o JPP não seja a nova bengala do PSD”. “Os madeirenses estarão atentos”, avisou.
Por outro lado, salientou que os resultados das eleições legislativas do último domingo mostram que os portugueses decidiram que “queriam estabilidade e não instabilidade política, que queriam um rumo certo de longo prazo e não um caminho partidário errático e que queriam democracia plena e não uma coligação com a extrema-direita protofascista”.
O parlamentar referiu que os portugueses demonstraram confiança no trabalho desenvolvido ao longo de seis anos pelo governo do PS liderado por António Costa, período durante o qual houve um crescimento significativo dos rendimentos das famílias, um aumento de 40% do salário mínimo e um aumento das pensões. Tudo isto a par de um crescimento económico significativo, com contas certas e credíveis, naquele que foi o primeiro superavit em democracia.
Tal como adiantou Miguel Iglésias, entre 2015 e 2021 o desemprego baixou para metade, o rendimento médio das famílias aumentou 16%, foram retiradas quase meio milhão de pessoas da situação de pobreza e exclusão social e houve uma baixa de impostos, com as famílias portuguesas a pouparem 6,7 mil milhões de euros em IRS.
O deputado frisou também que os desafios para os próximos anos são imensos, a começar pela gestão do Plano de Recuperação e Resiliência e do novo Quadro Comunitário, ao abrigo dos quais entre 2021 e 2027 o País receberá 64 mil milhões de euros. Apontou ainda o compromisso do Governo de António Costa de aumentar o salário mínimo para 900 euros e reduzir a taxa de pobreza. Uma série de propostas que fazem do programa do PS “o mais consistente, progressista e solidário para o futuro de todos os portugueses”.