«Neste momento, vemos que a retoma não é aquela que desejaríamos», afirmou o deputado Sérgio Gonçalves, numa conferência de imprensa realizada no aeroporto da Madeira, constatando que o número de voos que se tem registado para a Madeira e para o Porto Santo tem vindo a decrescer desde que o aeroporto reabriu.
De acordo com o parlamentar socialista, quando houve de facto crescimento foi no mês de agosto, em relação ao mês de julho, já que, daí em diante, «tivemos sempre reduções no número de frequências semanais de voos aqui no aeroporto da Madeira».
Sérgio Gonçalves adiantou que em agosto chegámos a ter cerca de 140 voos semanais, em setembro 130, em outubro 100, em novembro 85 e agora, apesar de terem sido apresentados 77 mil lugares para o mês de dezembro, «isso corresponde efetivamente a uma média semanal de cerca de 100 voos, portanto menos 40% do que aquilo que tivemos no mês de agosto».
«Esta situação é deveras preocupante, na medida em que vemos o Governo Regional insistir numa campanha de propaganda relativamente à retoma que não se está a verificar, numa situação em que as empresas do setor estão a passar por inúmeras dificuldades e em que o desemprego, especificamente no setor do turismo, pode vir a decrescer para números assustadores», disse Sérgio Gonçalves.
A um outro nível, o deputado socialista afirmou que esta estratégia de curto prazo, de certificação do destino como destino seguro contra riscos biológicos, apesar de ter os seus méritos, não está a surtir o efeito. «Por um lado, não surte [efeito] no setor empresarial, que não tem aderido à iniciativa – neste momento temos apenas seis empresas certificadas, o que dá menos de uma empresa por mês certificada no âmbito deste processo da SGS – e, por outro lado, vemos que não há reflexo na chegada de turistas, porque, efetivamente, se o destino é seguro, se isso tem sido o mote para a retoma anunciada pelo Governo Regional, não há razão então para vermos repetidamente o número de frequências semanais, de voos para o aeroporto da Madeira, a reduzir substancialmente», sustentou Sérgio Gonçalves.