A deputada do PS-Madeira à Assembleia da República solicitou uma audiência ao ministro da Educação e Ciência para abordar a questão relacionada com a decisão da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) de reprovar o Instituto Superior de Administração e Línguas (ISAL) e recomendar o seu encerramento.
Sofia Canha destaca a importância formativa desta instituição, que se tem assumido como uma referência na Região, considerando que este é um assunto que deve merecer a máxima atenção das entidades governativas, razão pela qual solicita uma audiência para levar esta questão a Fernando Alexandre.
A parlamentar eleita pelo círculo eleitoral da Madeira lembra que o ISAL nasceu em 1984, então como a primeira instituição privada com cursos pós-secundários na Região, tendo, em 1989, o Ministério com a tutela do Ensino Superior aprovado os seus planos de estudos de ensino superior particular e procedido ao reconhecimento do valor dos diplomas conferidos pelos cursos ministrados.
“Desde a sua fundação, [o ISAL] tem funcionado ininterruptamente, oferecendo oportunidades formativas a milhares de pessoas na Madeira, que optaram por prosseguir com estudos superiores na Região Autónoma”, releva Sofia Canha, sublinhando que a instituição não só foi pioneira, a nível privado, na aprovação dos cursos superiores de Turismo e Organização e Gestão de Turismo em Portugal, como dispõe, até hoje, de uma oferta educativa singular, sendo a única instituição de ensino superior da Região a ministrar uma licenciatura em Turismo, um dos maiores motores económicos da Região.
Destacando a qualidade do ensino do ISAL – que conta com um corpo docente multidisciplinar – de referência nacional, que combina a vertente académica com a vertente profissional, a deputada socialista assinala o facto de, ao longo dos últimos 35 anos, a instituição ter vindo a contribuir, de forma expressiva e inegável, para o desenvolvimento socioeconómico da Região, formando gestores e quadros técnicos superiores qualificados e preparados científica e tecnicamente para o exercício das suas funções, cientes das necessidades reais e específicas da Madeira.
Apesar deste histórico, o ISAL está entre as cinco instituições reprovadas pela A3ES, que considerou insuficiente o desempenho em parâmetros como os da gestão da qualidade ou de investigação. Uma decisão que contrariou a recomendação e fundamentação da Comissão de Avaliação Externa (CAE) que, nos seus relatórios, concluía que o ISAL deveria ter uma acreditação institucional com condições.
Perante isto, a instituição recorreu da decisão ao conselho de revisão da A3ES, mas, a 17 de outubro, foi informada da sua não reversão, confirmando-se, assim, a não acreditação do ISAL. Esgotados que estavam todos os recursos administrativos, o ISAL decidiu apresentar uma providência cautelar para suspensão da decisão do Conselho de Administração da referida agência.
Ora, perante tudo isto, reconhecendo o interesse público e regional do ISAL enquanto Instituto Superior que, desde a sua fundação, tem sido uma referência nas áreas do Turismo e da Gestão, promovendo a qualificação de inúmeros profissionais que hoje ocupam cargos de destaque na Região Autónoma da Madeira e que impulsionam a economia regional, contribuindo para o seu progresso e competitividade, Sofia Canha solicita uma audiência ao ministro com a pasta da Educação e Ciência. Um encontro, como explica, que tem vista “levarmos as nossas preocupações e discutir sobre o futuro desta instituição, dos seus alunos e da oferta curricular complementar de nível superior que atualmente oferece à Madeira”.