A carta que a Empresa de Navegação Madeirenses (ENM), do Grupo Sousa, enviou ao Governo Regional e que chegou à Vice-presidência a 24 de Setembro, enviada e datada a 20 de Setembro, foi uma rescisão de contrato de concessão da linha ferry, dado afirmado na comissão pelo presidente do conselho de administração da ENM. Facto esse que foi, por três vezes, negado pelo presidente do Governo Regional no debate do Programa de Governo.
Além de ocultação dos factos por parte do Governo Regional, nota-se uma falta de clareza na elaboração de uma estratégia objetiva para definição de um plano que garanta o ferry o ano inteiro, assistindo a um fenómeno já muito comum junto do Governo Regional, o de culpabilizar o Governo da República por toda esta situação, que se diga, da responsabilidade do Executivo Regional.
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista defende uma ligação marítima entre a Madeira e o Continente durante todo o ano e defende também que deverá ser o Governo da República a suportar os encargos financeiros. No entanto, defendemos que tem que ser o Governo Regional a definir uma estratégia objetiva que garanta assim uma ligação marítima a longo prazo, com o máximo de benefícios fiscais e económicos para a Região, sejam residentes ou empresas, para que seja possível lançar em breve um concurso público internacional.
O PS vinca assim que o papel do Governo Regional não devera de ser de inquisidor e queixoso junto da República, mas sim, de um órgão que assegura os direitos dos madeirenses e porto-santenses através da apresentação de uma estratégia promissora e objetiva para a continuidade da ligação ferry entre a Madeira e o Continente.
Miguel Iglésias