O Partido Socialista deu entrada, na Assembleia Municipal do Funchal, a um voto de protesto pelo facto de não ter sido promovida uma sessão solene comemorativa do 25 de Abril que desse voz a todos os partidos com representantes eleitos neste órgão.
Uma circunstância que, segundo Andreia Caetano, representa um retrocesso na história, tendo em conta que, desde 2014, esta efeméride tem vindo sempre a ser assinalada com uma sessão pública na qual os eleitos têm tido direito a usar da palavra.
“Até 2014, nunca os partidos tinham tido voz ou participado nas comemorações do 25 de abril. Sempre se tentou apagar esta data que é, indiscutivelmente, para todos, a razão da nossa existência enquanto eleitos locais”, dá conta a representante do Grupo Municipal do PS.
Como refere, os partidos políticos fazem parte integrante da democracia, pois representam diferentes visões da população, que os elegeu para cumprirem os programas a que se propuseram. Como tal, frisa Andreia Caetano, “não criar uma oportunidade para que os diferentes partidos, representantes da pluralidade ideológica, possam usar da palavra e intervir politicamente neste dia é uma atitude típica das ditaduras, que usam todos os meios ao seu alcance para menorizar a diversidade de pensamento, argumentando com a necessidade de distanciamento de conotações político-partidárias”. “Não dar a palavra aos diferentes partidos políticos, escolhidos pela população do Funchal constitui um enorme retrocesso democrático e atentatório dos valores constitucionalmente consagrados”, diz ainda.
Não colocando em causa as comemorações que foram promovidas, Andreia Caetano refere que as mesmas teriam de ser feitas simultaneamente com a sessão solene onde todos os partidos tivessem a oportunidade de se expressarem e de o fazerem em nome de quem os elegeu. “Foi lamentável e foi um retrocesso na nossa história”, vinca.
Para além do voto de protesto à Câmara e à Assembleia Municipal pela não realização da sessão solene plural, o PS Funchal não deixa também de lamentar o facto de não terem existido cravos na cerimónia decorrida na autarquia, a não ser os distribuídos pelos socialistas, acompanhados da sua posição sobre a retirada da voz aos representantes dos funchalenses.