O PS-Madeira exortou, hoje, o Governo Regional a contemplar verbas do Orçamento Regional de 2025 para a construção de mais habitação pública, de modo a ajudar a fazer face às carências atualmente existentes na Região.
Em conferência de imprensa na freguesia da Tabua, a deputada Olga Fernandes alertou para as dificuldades sentidas pelos madeirenses no acesso à habitação, apontando o facto de existirem cerca de 5.000 famílias inscritas na Investimentos Habitacionais da Madeira.
A parlamentar destacou que, graças ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), negociado pelo ex-primeiro-ministro António Costa (que duplicou as verbas para a Região de 2,5% para 5%), o Governo Regional anunciou a construção de 1.121 fogos habitacionais, ainda assim insuficientes para suprir as carências existentes. Mas, como se não bastasse isso, há pouco tempo o Executivo revelou que, afinal, até 2026, apenas serão construídas 805 casas, menos 316 do que as inicialmente prometidas.
Por outro lado, lembrou que, em março, o presidente do Governo afirmou que iriam ser entregues 600 casas até ao final deste ano, mas, passado pouco tempo, já veio dizer que serão apenas 146. “Há um descrédito neste Governo relativamente à habitação”, criticou Olga Fernandes.
Referindo-se ao aumento assustador do preço da habitação – que coloca entraves à classe média e aos jovens no acesso ao crédito –, a socialista apontou que, enquanto que na República o Governo anunciou a duplicação da construção, passando de 30 mil para 60 mil casas, “na Madeira temos um Governo que vai diminuir o número de casas a construir, como se as que existem fossem suficientes”.
Reportando-se ao caso concreto do concelho da Ribeira Brava, a deputada do PS adiantou que serão construídos apenas 27 fogos habitacionais ao abrigo do PRR (17 na Tabua e 10 em São Paulo, fruto da reconversão da antiga escola local). “O presidente do Governo acha que é com 27 fogos que se resolve a carência de habitação na Ribeira Brava?”, perguntou, alertando que a construção nos diferentes concelhos deve ser proporcional às necessidades observadas nessas mesmas localidades.
Além das casas que estão a ser edificadas com o dinheiro proveniente da Europa, Olga Fernandes desafiou o Executivo a reservar verbas do Orçamento Regional do próximo ano para a construção de mais habitação pública e, assim, ajudar a solucionar o problema que muitas famílias enfrentam.