O Grupo Parlamentar do Partido Socialista manifestou, hoje, a sua preocupação em relação às irregularidades detetadas no projeto de remodelação de terrenos do Palheiro Golfe, transformado num autêntico aterro de dimensões que excedem os limites e que ameaça a segurança de pessoas e bens.
Em conferência de imprensa realizada no local, onde continua a entrada e saída de camiões carregados com diversos tipos de detritos, Rui Caetano deu conta da perigosidade da situação ali observada e exigiu que as entidades governativas competentes venham a público garantir que este aterro não põe em causa as vidas e os bens das pessoas que vivem e residem a jusante.
O líder parlamentar referiu que o PS teve acesso aos diversos relatórios da Divisão de Fiscalização Técnica Urbanística da Câmara Municipal do Funchal, que revelaram várias irregularidades, não só ao nível da dimensão, que está muito para além daquilo que foi autorizado, como também da deposição de resíduos de construção e demolição, ferros, borrachas, cabos de alta tensão e plásticos. A isto, soma-se o facto de não terem sido criadas estruturas que evitem a contaminação das águas com destino final na reserva natural do Garajau.
“Nós consideramos que esta é uma situação muito perigosa, porque nós temos memória”, afirmou Rui Caetano, mostrando a sua preocupação com o facto de serem os próprios técnicos da autarquia a dizerem que “não está garantida a total segurança e estabilidade desta remodelação”.
Perante a gravidade desta situação, Rui Caetano lembrou que o Grupo Parlamentar do PS solicitou uma audição parlamentar aos secretários regionais do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas e dos Equipamentos e Infraestruturas, Susana Prada e Pedro Fino, para que prestassem os devidos esclarecimentos, explicassem “que caminho é que deram àqueles relatórios e garantissem aos madeirenses que estão em segurança e que este aterro não põe em causa vida e os bens das pessoas”. Audições que, uma vez mais, foram recusadas pela maioria parlamentar PSD-CDS.
Os socialistas insistem que o Governo tem de vir a público dar as explicações que se impõem sobre esta matéria.