InícioAtualidadePS denuncia ‘timing’ eleitoralista, inércia e incompetência da CMF

PS denuncia ‘timing’ eleitoralista, inércia e incompetência da CMF

Apesar de concordar com os dois projetos que estão na base da alteração orçamental por parte da Câmara Municipal do Funchal (CMF), hoje debatida numa sessão extraordinária da Assembleia Municipal, o PS critica o ‘timing’ em que a mesma ocorre, considerando que tal assenta em razões eleitoralistas.

Para Andreia Caetano, a decisão da autarquia de recorrer agora a fundos próprios para avançar com a renovação do bairro da Ponte e o Caminho do Granel, na zona alta do Funchal, podia ter sido tomada há muito tempo e só não foi por “inércia e incompetência”.

A socialista aponta o recurso por parte do executivo municipal a um orçamento suplementar, deixando reparos ao facto de este assunto não ter sido trazido à anterior reunião da Assembleia, a 29 de abril, e criticando, assim, a necessidade encontrada de realizar uma Assembleia Municipal extraordinária, com todos os custos que isso implica.

A deputada do PS faz notar o facto de esta reunião extraordinária ter sido convocada há menos de uma semana, com este único ponto em agenda, e afirma que o timing é “completamente desadequado”, já que “estamos a três meses do fim do mandato e sabemos perfeitamente que, por detrás desta urgência em aprovar esta alteração orçamental, estão razões puramente eleitoralistas”.

Andreia Caetano lembra que o grupo municipal do PS tem vindo, desde o início do mandato, a sugerir ao executivo do PSD que utilize verbas do orçamento próprio municipal para construir habitação, mas a resposta foi sempre contrária. “Se fosse o PS a governar a cidade, neste momento já teríamos habitação concluída”, refere, criticando as prioridades invertidas do atual executivo e as opções tomadas em prejuízo dos funchalenses.

Para a socialista, a justificação de que só agora é que a situação financeira da autarquia permite avançar com estas obras não é aceitável, já que foi a atual presidente, então na qualidade de vice-presidente, que, em 2021, afirmou que essa mesma situação financeira era, à data, “muito sólida”. Isto, para não falar nos oito milhões de euros que foram aplicados em produtos financeiros.

Na ótica de Andreia Caetano, este não é o verdadeiro motivo para avançar agora com os projetos em causa na alteração orçamental, mas sim a “incompetência” desta vereação, que deixou passar os prazos que permitiam construir, nomeadamente com recurso às verbas do PRR. Recordou, aliás, que, em março de 2023, a diretora de departamento de Fundos, Parcerias e Consórcios alertou para a necessidade de avançar rapidamente com as candidaturas sobre as intervenções nos bairros da Ponte, Penha de França e Quinta das Freiras, de modo a aproveitar os fundos do PRR. Como tal, frisam os socialistas, esta alteração orçamental é necessária, pese embora se deva “única e exclusivamente à incompetência deste executivo PSD”.

Por seu turno, também Madalena Nunes acusou o executivo camarário de “trabalhar ao sabor do vento, sem planeamento e visão para a cidade”. A deputada adiantou que, na presente Assembleia Municipal, já se contam 17 alterações orçamentais (quatro em 2022, quatro em 2023, seis em 2024 e três em 2025). “O PSD tem-nos presenteado com más previsões orçamentais e uma gestão errática. Seguiu uma política claramente eleitoralista, usando malabarismos financeiros para ocultar a fraca execução dos planos de investimento e deixando para o último ano do mandato e a poucos meses das eleições as obras que deveriam ter sido feitas desde 2021 e que agora ficarão no papel e servirão de propaganda eleitoral, funcionando como meras promessas que ficarão por cumprir”, denunciou.