O chumbo do orçamento da Junta de Freguesia de São Gonçalo vem mostrar que a coligação que agora gere os destinos da freguesia – formada pelo PSD e o CDS – não está, afinal, de pedra e cal. Bastaram pouco mais de três meses para que comecem a ser evidentes as divisões entre os dois partidos, o que demonstra que, acima de tudo, quiseram foi chegar ao poder, custasse o que custasse.
Ontem, o vogal indicado pelo CDS na coligação ‘Funchal Sempre à Frente’ juntou-se à restante oposição no voto contra o Orçamento, alegando que se mantém o mesmo plano de atividades que tanto foi criticado no passado e que os argumentos que serviram para votar contra o orçamento de 2021 são válidos para 2022. Esta foi a mesma razão pela qual os elementos do PS aprovaram o plano de atividades, mas rejeitaram o orçamento.
O socialista Paulo Bruno Ferreira, anterior presidente da Junta pela Coligação ‘Confiança’, lembra que, aquando da votação do orçamento para 2021, a oposição argumentou que a alocação de 18% das verbas para a manutenção e recuperação de espaços públicos representava um valor reduzido, mas constata que o documento apresentado pelo novo executivo reservava para este efeito apenas 12% das verbas. «Esta situação demonstra a incoerência latente na passagem da oposição a executivo».
Paulo Bruno Ferreira critica o facto de, no orçamento que foi apresentado pelo PSD, as verbas adstritas às rubricas serem alteradas e ser criado um fundo que «ninguém sabe como seria utilizado». «Falam tanto em critérios e transparência e, afinal, não há regulamentos para a atribuição das verbas», repara ainda o socialista, não aceitando também a redução dos apoios às instituições da freguesia.
Com esta rejeição, a Junta de Freguesia terá de governar com uma gestão em duodécimos, com base no orçamento anterior, do mandato liderado por Paulo Bruno Ferreira.