O Grupo Parlamentar do PS-Madeira voltou, hoje, a denunciar a falta de estratégia do Governo Regional para a área da formação profissional e adiantou que solicitou uma audição parlamentar ao secretário regional de Educação para que preste esclarecimentos sobre os problemas que afetam o setor.
Em conferência de imprensa junto à Escola Profissional Dr. Francisco Fernandes, o deputado Rui Caetano apontou que um dos grandes problemas das empresas, que condiciona o seu crescimento e internacionalização, tem a ver com a falta de quadros qualificados, mas lamentou que o Governo Regional continue apenas a implementar medidas avulso, sem que tenha uma estratégia regional para a área da formação profissional, que seja capaz de responder a este e a outros desafios.
O socialista elencou vários problemas que presentemente se verificam neste domínio, dando conta das dificuldades financeiras já denunciadas por escolas de formação profissional privadas. “O Governo Regional, sempre que há a mudança de um Quadro Financeiro para outro, não consegue encontrar soluções para que essas empresas não tenham os problemas financeiros que têm atualmente”, disse, acrescentando que as mesmas estão com dificuldades em pagar os seus formadores, os seus fornecedores e, inclusive, os subsídios de transporte e de alimentação a que os alunos têm direito. Um facto que, considerou, “cria instabilidade no setor da formação profissional”.
A somar a esta situação, Rui Caetano apontou que, segundo dados da própria Secretaria da Educação, 40% dos alunos abandonam o ensino profissional nos últimos três anos do curso. Além disso, adiantou que a Madeira é a região do país que menos cursos no ensino secundário profissional oferece aos seus alunos, “o que mostra, mais uma vez, a falta de vontade política em apostar nesta área do ensino”.
O deputado do PS afirmou também que apenas 67% dos cursos de formação profissional que estão a ser desenvolvidos se encontram alinhados com a estratégia regional de especialização e alertou ainda para o facto de existirem na Região cerca de 6.600 jovens entre os 15 e os 34 anos que não estudam nem trabalham.
“Tudo isto demonstra que há muito trabalho a fazer por parte do Governo Regional”, sustentou o socialista, vincando que é preciso diálogo, cooperação e uma estratégia comum com todas as entidades que desenvolvem cursos profissionais, de forma a que “haja na Região uma verdadeira valorização deste ensino”.
Tendo em conta as dificuldades financeiras sentidas pelas escolas privadas, os problemas verificados aquando da mudança de Quadros Comunitários e os dados do abandono do ensino profissional, o PS solicitou uma audição parlamentar ao secretário da Educação, Jorge Carvalho, para que esclareça toda esta situação e explique que medidas estão a ser tomadas do ponto de vista político para inverter esta realidade.