O grupo do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Santa Cruz votou hoje contra o orçamento municipal de Santa Cruz para 2023.
O deputado municipal António Alves considera que o executivo camarário perdeu mais uma oportunidade de dar a Santa Cruz um verdadeiro orçamento, com uma visão diferenciadora e de futuro e que respondesse às necessidades de todos os santa-cruzenses.
O socialista, que é também presidente da concelhia do PS-Santa Cruz, entende que o documento aprovado esta tarde – apenas com os votos favoráveis do JPP – demonstra “pouca audácia” e utiliza a mesma fórmula que o Governo Regional, “mantendo as pessoas na pobreza para que estas fiquem sempre dependentes e de mão estendida para quem governa”. “Curiosamente, estas verbas aumentam em anos de eleições. Será que o atual presidente da Câmara já se prepara para outros voos para os lados do Funchal, uma vez que é o seu último mandato na autarquia?”, questiona António Alves.
Os socialistas entendem que o orçamento deveria ser mais ambicioso e deveria contemplar um vasto conjunto de medidas conducentes à melhoria da qualidade de vida dos santa-cruzenses, entre as quais apoios à natalidade, transportes públicos gratuitos no concelho, bem como manuais escolares gratuitos no ensino obrigatório. A isso, soma-se, por exemplo, a necessidade de um Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo, de um Programa Municipal de Apoio ao Arrendamento e de um Plano Municipal de Juventude, bem como a criação de um orçamento participativo municipal que estimulasse a participação da população e lhe permitisse ter voz ativa na definição de projetos de interesse para Santa Cruz.
António Alves lamenta também que o orçamento municipal praticamente não contemple verbas para a área da juventude. “Santa Cruz é um dos concelhos mais jovens do País e o mais jovem da Região e este orçamento consagra apenas 6 mil euros para esta área. Não deveria a autarquia posicionar Santa Cruz com políticas direcionadas para a Juventude? Não deveria a autarquia criar oportunidades para os jovens? Não deveria a autarquia projetar um dos mais importantes recursos do concelho, a Juventude?”, questiona o socialista, criticando o facto de o orçamento esquecer também as áreas do Desporto, da Cultura, da Agricultura, dos Mercados e do Turismo.
O PS não deixa também de apontar o dedo à insensibilidade do executivo camarário em relação às dificuldades por que passa o comércio local. Neste âmbito, os socialistas defendiam a isenção do pagamento de estacionamento entre as 12h00 e as 14h30 e as 18h00 e as 19h00 de segunda a sexta-feira, bem como aos sábados entre as 08h00 e as 14h00, medida que foi chumbada pela coligação PSD-CDS e pelo JPP.