O presidente do PS-Madeira criticou, hoje, a negligência do Governo Regional em relação ao turismo desordenado e ao excesso de carga nos principais percursos e pontos turísticos da Região, defendendo medidas com vista a, simultaneamente, garantir a segurança dos utilizadores e proteger o ambiente.
Em conferência de imprensa no Pico do Areeiro, um dos locais onde a maior afluência de visitantes tem sido mais visível, Sérgio Gonçalves deixou um reparo às declarações de Miguel Albuquerque de que “é melhor ter muitos turistas e alguns acidentes do que não ter turistas”. “Não podemos ter um Governo Regional com esta posição negligente relativamente àquele que é o nosso principal setor de atividade, em relação à carga nos vários percursos, nos principais pontos turísticos da Região, sem que se tomem medidas para regular [a atividade]”, disse o líder dos socialistas, considerando ser fundamental preservar o ambiente e garantir as condições de segurança de todos aqueles que usufruem destes espaços.
Sérgio Gonçalves recordou que, ao longo desta legislatura, o PS apresentou várias propostas nesse sentido, entre as quais a criação do Regime Jurídico dos Percursos Pedestres e Cicláveis, que pretendia monitorizar a utilização destes espaços, definir planos de segurança e medir a carga sobre os mesmos, e a iniciativa legislativa com vista a regular o campismo. “Há imensos relatos de campismo selvagem, desregulado”, afirmou Sérgio Gonçalves, considerando que, por um lado, é necessário disponibilizar mais informação a todos aqueles que queiram acampar na Região Autónoma da Madeira, e, por outro, que tenhamos locais recomendados para que essa atividade se possa fazer em segurança, respeitando o meio ambiente e a natureza.
“O Governo Regional e a maioria PSD-CDS fecham os olhos a tudo isto. Preocupam-se apenas em contar recordes de números de turistas, sendo que muitos daqueles que vivem do turismo, muitas das empresas de animação turística que se dedicam também aos percursos pedestres, estão preocupados com o excesso de carga, com a falta de regulação e de controlo que pode vir a destruir aquela que é a nossa galinha dos ovos de ouro – o setor do turismo”, alertou.