O combate à precariedade laboral, o acréscimo regional de 5% ao salário mínimo e a melhoria dos salários médios foram medidas hoje defendidas pelo Grupo Parlamentar do PS para fazer face ao baixo poder de compra dos madeirenses.
Em conferência de imprensa, o líder parlamentar do PS referiu-se à recuperação económica que tem sido propagandeada pelo Governo Regional, constatando que esse crescimento económico “é apenas para alguns” e “não chega a todos”.
Rui Caetano apontou o facto de a Madeira ser a região do País com o salário médio mensal mais baixo e com o mais baixo poder de compra. “Há aqui um fosso cada vez maior entre os mais ricos e os mais pobres, o poder de compra está a diminuir cada vez mais para os madeirenses e temos uma classe média sem poder de compra”, disse, considerando esta situação inaceitável.
Perante esta realidade e o facto de a Madeira ter a mais alta taxa de desemprego, o responsável deixou uma questão: “Como é possível o senhor presidente do Governo Regional falar em crescimento económico, quando nós temos os madeirenses com cada vez menos poder de compra?”. “É preciso intervir, não podemos continuar com esta propaganda de que a Madeira é um paraíso, quando temos madeirenses em grandes dificuldades, inclusive a classe média”, vincou.
Rui Caetano recordou que o PS tem vindo a apresentar propostas para inverter esta situação, entre as quais a fixação do acréscimo regional ao salário mínimo nos 5%. Este complemento é atualmente de 2,5%, mas, conforme sublinhou, o PS defende que seja de 5%, “para ajudar a equilibrar e a melhorar os salários dos madeirenses”.
A par disso, o dirigente defendeu que seja implementada na Região a Agenda para o Trabalho Digno. “O Governo Regional tem todas as condições e os meios para, juntamente com os parceiros sociais, não só melhorar os salários, através de um trabalho digno, mas também combater a precariedade laboral”, disse, considerando igualmente importante implementar um plano de qualificação dos desempregados, para que possam ter as competências adequadas para responderem às ofertas de emprego.
Rui Caetano preconiza também o desenvolvimento de planos de emprego para os jovens qualificados, que não passem apenas por estágios. “É preciso um plano de emprego na RAM, é preciso uma outra visão estratégica, é preciso desenvolver um modelo de desenvolvimento que chegue a todos os madeirenses e não apenas a alguns. Nós não podemos continuar como a região do país onde o salário médio é o mais baixo. Isto é completamente inaceitável”, advertiu o líder da bancada parlamentar socialista, frisando que o Governo Regional não pode continuar sem intervir e tem de passar da propaganda à ação.