Tal como explicou Rui Caetano, coordenador do Programa do PS para as áreas da Educação, Juventude e Desporto, esta iniciativa teve o objetivo de conhecer o pensamento e a experiência deste investigador na área do desporto, mas também de representantes de associações e clubes desportivos, de modo a colher contributos para a posterior elaboração do programa do partido nesta área. «Nós queremos ouvir as suas preocupações, os seus anseios, mas também o seu pensamento, porque também têm ideias, têm propostas, de forma a que consigamos construir um programa que vá ao encontro desses anseios e necessidades que eles têm, de modo a que consigamos ter um desporto e uma atividade física de qualidade na Região Autónoma da Madeira (RAM)», afirmou.
«Temos um objetivo central, que tem a ver com o facto de nós construirmos um programa que, além de ir ao encontro das necessidades destas coletividades e destes clubes, vá ao encontro do tipo de desenvolvimento que nós queremos para a RAM. Esse tipo de desenvolvimento que nós queremos é um desenvolvimento que aposte essencialmente na qualidade de vida dos cidadãos, e não se pode falar de qualidade de vida dos cidadãos sem falar no desporto e na atividade física, porque nós acreditamos que é estruturante não só do ponto de vista do lazer, mas também da saúde», sustentou.
Também presente esteve o candidato do PS-M às eleições regionais de 2019, que agradeceu o contributo dado pelos presentes, o qual é importante para o projeto que o partido está a construir com a sociedade civil.
Paulo Cafôfo abordou algumas questões relacionadas com o tema do desporto. Uma delas teve a ver com o desporto escolar, uma componente positiva na qual a Região foi inovadora, até a nível nacional, mas que, na sua ótica, «precisa neste momento de outro incremento, de outra dinâmica e de outra visão no que diz respeito a uma estagnação que tem acontecido».
Por outro lado, referindo que o desporto «é inclusão social, cultural, mas também inclusão das pessoas com deficiência», considerou que «temos de ter uma atenção especial e particular nesta matéria». «A democratização do desporto não tem a ver só com a questão da situação económica da família ou do atleta, mas também da própria condição física de quem pratica desporto», afirmou.
O candidato socialista abordou também aquela que tem sido a «discussão muito quente» no que diz respeito aos apoios às competições nacionais e internacionais. «Esta é uma questão da própria afirmação do atleta madeirense, dos clubes e do associativismo madeirense e, portanto, essa é uma matéria que tem de ser apoiada», afirmou, acrescentando que «aqui a questão é que regras estabelecer do ponto de vista da justiça, da equidade e do ponto de vista do retorno que isso deve trazer para a própria Região».
Por seu turno, do ponto de vista do papel das políticas públicas, o preletor convidado deixou algumas reflexões que podem ser aproveitadas e trabalhadas em programas de intervenção concretos. Uma delas é a promoção do exercício físico regular. «A grande percentagem das pessoas que fazem atividade física regular não estão diretamente relacionadas com a prática do desporto federado. E a questão que se coloca é qual é a intervenção do poder político no sentido de promover e apoiar as pessoas que fazem exercício físico regular», referiu.
Jorge Soares considerou também que, por vezes, para promover o desporto e a atividade física regular não é necessário mais dinheiro. «É preciso saber fazer uma boa redistribuição dos apoios públicos», sublinhou.
Disse ainda que é possível fazer uma nova redistribuição do papel da administração pública local e regional, procurando envolver ativamente as pessoas na atividade física e no desporto, melhorando o seu nível de qualidade de vida e prevenindo doenças. «É possível introduzir práticas e medidas concretas que mudem os hábitos das pessoas».
Também presente no debate esteve o presidente do Partido Socialista – Madeira, Emanuel Câmara, que destacou a importância desta iniciativa, salientando que «estamos cá todos com o mesmo objetivo, que é pensar o futuro da Região Autónoma da Madeira no que diz respeito ao desporto em todas as suas vertentes». Enalteceu ainda o contributo de todos para «construirmos uma Madeira melhor».