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PS critica política de baixos salários e diz que 2023 tem de ser o ano de viragem para uma Madeira melhor

“2023 tem de ser o ano de viragem, tem de ser o ano em que avançamos para um outro modelo de desenvolvimento, para uma Madeira melhor, uma Madeira que não seja única e exclusivamente para alguns, mas que seja para todas as pessoas que cá vivem”.

A afirmação é da deputada socialista Elisa Seixas que, hoje, em conferência de imprensa, denunciou que a narrativa oficial que tem vindo a ser feita pelo Governo Regional é contrastante com a realidade vivida pela maioria das pessoas. A parlamentar criticou a política assente em baixos salários e na desvalorização do trabalho, apontando, por outro lado, a primazia pelos “grandes investimentos que apenas beneficiam alguns”. Como exemplo dessa disparidade, deu conta do facto de a terceira cidade mais cara do País em termos de habitação ser o Funchal, situado na região com a maior taxa de pobreza do País.

“Nós temos um presidente do Governo Regional que diz que a transformação desta Região num enorme resort para o mercado de luxo é para manter, o que significa que aquilo que é o bem para a maioria dos madeirenses não é uma preocupação deste Governo”, acusou.

Em frente à Secretaria Regional do Turismo e Cultura, Elisa Seixas apontou precisamente que o setor do Turismo apresenta números recordes neste momento, mas continua a apostar em salários baixos, na precariedade laboral e na perda de direitos das pessoas, sendo que a solução que o Governo apresenta é “ir buscar mão de obra aos países mais pobres”, isto é, “pessoas que estejam dispostas a trabalhar por muito pouco numa região que tem pessoas que precisam de trabalhar, mas às quais não são dadas condições para isso”.

“Temos um presidente do Governo Regional que vem dizer que o modelo deve ser o modelo de Odemira, ou seja, aproveitarmo-nos das pessoas com menos recursos que nós, com mão de obra que não tem as condições necessárias para trabalhar na hotelaria e para oferecer um serviço que deveria ser de excelência”, disse a parlamentar, alertando que estamos a apostar num modelo que esgotará muito rapidamente, porque as pessoas procuram qualidade. “Se nós não oferecemos essa qualidade, mas cobramos pela qualidade que não oferecemos, este boom do turismo a que nós assistimos vai esvair-se muito rapidamente e isso significará que a região mais pobre do País – a Madeira – não conseguirá recuperar se continuarmos neste caminho”, acrescentou.

Elisa Seixas advertiu que o atual modelo de desenvolvimento está esgotado, vincando, por isso que “2023 tem de ser o ano de viragem”.