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PS critica falta de estratégia do Governo e garante continuar a apresentar propostas em prol da Região

Em conferência de imprensa, o deputado Paulo Cafôfo constatou o facto de as dificuldades estarem a agudizar-se, de o desemprego estar a aumentar e de haver uma crise de confiança também a crescer de dia para dia. Contudo, segundo o parlamentar, há problemas que já existiam antes da pandemia e que agora se tornam mais expostos e revelam a fragilidade da nossa a economia.

É por essa razão que considerou que o Orçamento Suplementar, que foi discutido nos últimos dois dias, «era essencial não só para absorver o impacto desta crise, mas também para podermos relançar a Região numa visão de futuro e com outro modelo de desenvolvimento». «Infelizmente, não foi isso que aconteceu. O que tivemos foi um orçamento para dar cobertura financeira às despesas da pandemia, não elencando soluções novas nem medidas concretas para termos um reinventar da nossa economia e uma retoma económica que é tão importante nesta altura», declarou.

Paulo Cafôfo reafirmou que o PS tem sempre defendido a existência de um plano para a recuperação da economia. «Nós temos de ter um rumo e uma estratégia para ultrapassar este momento difícil», frisou. Tal como referiu, o Governo Regional sempre disse que não havia necessidade de nenhum plano, mas, esta semana, o vice-presidente «veio dizer que afinal havia já um plano – um documento elaborado pela Autoridade de Gestão dos Fundos Comunitários, igual a tantos outros e que até mantém o mesmo título». Por outro lado, o secretário regional da Economia veio afirmar que, para o ano, a Região irá elaborar um plano estratégico de recuperação económica que ainda será adjudicado a alguma empresa e para o qual vão começar agora a recolher contributos. Mas, advertiu, «as empresas que estão numa situação de falência ou as pessoas que estão já no desemprego e a atravessar enormes dificuldades não podem esperar mais. O sucesso está na celeridade das respostas que nós dermos».

O parlamentar lembrou que, no âmbito do Orçamento Suplementar, o PS apresentou diversas propostas, as quais foram chumbadas. «Nós não desistimos, porque sabemos a nossa responsabilidade e sabemos a esperança que representamos para a Região, apesar de, nestes dias, o presidente e os membros do Governo terem insultado os deputados do PS, numa demonstração clara de que não têm nem um pensamento estratégico, nem ideias, e, por isso, resvalam para a baixa política», afirmou.

Na ótica de Paulo Cafôfo, seria fundamental terem sido criadas medidas de reforço para os setores em maior dificuldade, como a recapitalização de algumas empresas, o reforço de verbas para o Turismo e um plano para captação de novas rotas aéreas. Além disso, este deveria também ter sido o momento para fazer um ajuste na fiscalidade e baixar os impostos. «Nós queríamos baixar o IRC e o IVA e isso seria fundamental para dar liquidez às empresas, dar uma maior folga às famílias e tornar a Região mais atrativa para a captação de investimento. Infelizmente isso não aconteceu», disse.

Contudo, o deputado socialista considera que «a Madeira não tem de estar condenada à falência, ao desemprego, à pobreza, nem às desigualdades», pelo que o PS vai continuar a ser propositivo e a construir um projeto para a Região. «Sabemos que o tempo vai dar-nos razão e vamos continuar a apresentar propostas para ultrapassarmos este momento difícil», rematou.