InícioAtualidadePS APRESENTA 35 PROPOSTAS AO ORAM 

PS APRESENTA 35 PROPOSTAS AO ORAM 

Mais uma vez, estamos perante um Orçamento do Governo Regional que não serve os madeirenses, algo que está bem espelhado na elevada carga fiscal que continua a recair sobre os cidadãos da Região Autónoma. Como é que se explica que, nos últimos seis anos, a carga fiscal tenha aumentado 38% e que, no próximo ano, os contribuintes venham a pagar 884 milhões de euros em impostos? Por aqui se vê que, contrariamente ao que o Executivo tem vindo a apregoar, este não é um orçamento que ajude as pessoas, mas sim que as asfixia.

«Nós entendemos que o Plano de Ajustamento Económico e Financeiro a que a Região esteve sujeita impôs aos trabalhadores um mar de sacrifícios que representou um retrocesso em matéria fiscal, mas também nas condições de vida, nunca visto em décadas de autonomia», afirma o líder parlamentar do PS-M, considerando que a tendencial reversão do quadro fiscal imposto «é um imperativo moral». «A melhoria das condições de vida dos nossos concidadãos passa também pelo desagravamento fiscal dos impostos sobre os seus rendimentos, a par de um combate eficaz e eficiente em matéria de combate à evasão fiscal e ao alargamento da base tributável», defende Victor Freitas.

O deputado socialista questiona em que é que se irá traduzir este aperto às famílias e às empresas madeirenses, numa Região que já enfrenta sérios problemas em setores como a Saúde, a Educação e a Economia, não obstante o Governo Regional tentar sempre “tapar o sol com a peneira”.

Desde 2012, os madeirenses pagaram a mais em impostos 1517 milhões de euros, face ao que pagaram no ano 2012, uma verba que é suficiente para construir três novos aeroportos. Por isso, Victor Freitas questiona se o Executivo madeirense irá fazer reverter esta receita a arrecadar com o aumento da carga fiscal em 2019 numa melhoria do Sistema Regional de Saúde e na redução das listas de espera para cirurgia, que têm vindo a crescer continuamente desde 2015, ou mesmo se irá investir na melhoria das condições e recursos à disposição das escolas e dos professores, combatendo o abandono escolar precoce e apostando na qualificação dos jovens.

«Irá o Governo Regional realmente apostar na área social, pensando nos cidadãos mais idosos e nas pessoas mais carenciadas? Irá dedicar uma atenção especial à costa norte, conferindo-lhe maior competitividade e condições de criação de empresas e emprego, de modo a fixar a população e a combater o êxodo rural?», pergunta também o líder parlamentar do PS-M.

Na ótica de Victor Freitas, este é um orçamento marcado por uma operação de cosmética, feito a pensar nas eleições regionais que se aproximam e, contrariamente ao que o PSD e o Governo Regional tentam fazer crer, não coloca a qualidade de vida dos madeirenses e porto-santenses no centro das prioridades.

Este não é o orçamento que o Partido Socialista defende. É por isso que apresentamos um conjunto de propostas de alteração que vão ao encontro das reais necessidades e expetativas das pessoas. 

As principais alterações propostas pelo PS

Entre as várias propostas de alteração ao Orçamento Regional para 2019 apresentadas pelo Partido Socialista, encontram-se medidas em áreas prioritárias para a Região.

No domínio da Economia, o PS defende o alívio fiscal às famílias e o aumento do rendimento disponível, pela redução em 15% nas taxas de escalões do IRS, a fixação da taxa normal do IVA nos 20%, desonerando as famílias e os demais agentes económicos, e que a taxa de IRC para vigorar na Região seja de 19%.

Além disso, são defendidos incentivos fiscais às empresas que se fixem nos concelhos da costa norte da Madeira, como forma de criar emprego, fixar os jovens, combatendo o êxodo rural e promovendo a coesão territorial.

O setor turístico, considerado a pedra basilar da economia regional, também merece a atenção dos socialistas, que propõem um aumento da verba destinada à promoção do destino Madeira para 12 milhões de euros, bem como uma dotação orçamental de 2 milhões de euros para a criação de um Fundo Regional para a Captação de Novas Rotas para a Região.

No campo da Saúde, o PS mostra-se preocupado com o progressivo aumento das listas de espera para cirurgia e propõe que o Executivo estabeleça medidas para redução das mesmas, devendo ser assegurada uma dotação orçamental de 5 milhões de euros para esse efeito. Defendemos também a garantia do stock de medicamentos no SESARAM, o investimento em estruturas residenciais para idosos, de modo a dar resposta ao problema das altas problemáticas, e a criação de um complemento solidário para idosos para aquisição de medicamentos.

No que se refere à Educação, os socialistas madeirenses propõem manuais escolares gratuitos para todos os alunos que frequentam o ensino público obrigatório (até ao 12.º ano). Uma medida que abrange cerca de 18.000 alunos e que representa um custo aproximado de 4,5 milhões de euros anuais. Deve também ser criado um complemento regional às bolsas de estudo universitárias e as creches devem ser gratuitas para bebés de famílias de baixos rendimentos.

A um outro nível, é proposto um reforço da dotação orçamental para a Cultura em 20%.

No que se refere ao setor das Pescas, o PS propõe que o Governo Regional crie linhas de crédito bonificadas para a renovação da frota pesqueira da Madeira, bem como uma intervenção para garantir uma melhor capacidade de congelamento e armazenamento de todo o peixe descarregado.

Outra das propostas defendidas é a criação de um quadro financeiro para contratos-programa com as autarquias locais, que estabeleça as áreas de intervenção prioritárias, através da fixação de uma verba global e prazos para as autarquias apresentarem as suas propostas, com critérios claros e transparentes e com uma distribuição de verbas de forma equitativa.

O PS propõe também a reestruturação da ARM – Águas e Resíduos da Madeira e da GESBA – Empresa de Gestão do Setor da Banana.

Entre as 35 propostas apresentadas pelo PS-M, de referir ainda o reforço das verbas para o apoio às corporações de bombeiros no combate a incêndios.