A deputada Olga Fernandes, porta-voz do grupo, em declarações à comunicação social, começou por referir que “o problema da falta de água para rega”, bem como a “falta de água para consumo nas zonas altas” afetam muitas famílias do Campanário.
“A falta de água deve-se, essencialmente, à falta de planeamento da gestão deste recurso hídrico por parte de quem gere esta área, a secretaria do Ambiente e Alterações Climáticas, mais propriamente a ARM”, apontou.
Olga Fernandes revela mesmo que “até agora, não houve uma estratégia a longo prazo de modo a salvaguardar as pessoas e a agricultura de subsistência e, desta forma, verifica-se graves problemas”.
“É premente que se encontre soluções para resolver o problema da água. Não nos podemos contentar, nem tão pouco aceitar desculpas da parte quem nos governa, de que o problema está na falta da chuva”, frisou.
Acrescentando ainda que “tão pouco podemos esperar pela conclusão do túnel do pedregal que, segundo parece, só estará concluído para finais de 2021, o que significa que ainda vamos passar mais um inverno e um verão”.
A deputada socialista diz mesmo que “não se consegue perceber como é que se gasta dezenas de milhões de euros de apoios comunitários e que não se fez oportunamente, tudo aquilo que devia ter sido feito, para que os agricultores não estejam agora a sofrer com a falta de água”
Vincando que “deveria o Governo Regional, a seu tempo, ter feito tudo o que era necessário para que agora não faltasse água”, contrapondo: “até porque temos zonas, na Madeira, onde a água corre, a céu aberto, para o mar”.
“Se não for tomada medidas agora daqui a uns tempos acontecerá o que está a acontecer no Campanário, onde se encontra as levadas secas e os agricultores aflitos para manter as suas culturas”, revelou.
A parlamentar revelou também que os agricultores não estão satisfeitos com a organização da chamada ‘água de giro’, uma vez que o intervalo de rega para cada agricultor é de 45 dias.
“O PS entende que a ‘água de giro’ deveria passar para 20 dias, com menos tempo de rega. Assim quando a água chegasse à terra, essa não estaria tão seca”, propõe a deputada, vincando mesmo que “20 dias é muito tempo”, apontado que “seria uma solução provisória melhor do que é feito neste momento”.
Olga Fernandes referiu que “já deveriam ter sido construídos há muito tempo tanques como forma de aproveitar a água da chuva”, indo ao encontro dos desejos dos agricultores locais.
Caso nada seja feito, Olga Fernandes acredita que “teremos o abandono da terra, a degradação da paisagem e a vulnerabilidade dos terrenos a intempéries e incêndios”.
Por fim, a deputada falou sobre outro problema que afeta aquela freguesia, nomeadamente, o corte de água potável das zonas altas do Campanário.
Revelou que, segundo os moradores do Lugar da Serra, dos Terreiros e das Fontes, a água para consumo é, todos os dias, cortada por volta das 17 horas e só volta a reabrir no dia seguinte por volta das 10 da manhã.
Olga Fernandes considera que esta situação é “impensável para qualquer ser humano”, defendendo mesmo que a “água para consumo não pode ser fechada”.
É preciso tratar as pessoas com toda a dignidade”, concluiu.