O PS-Madeira mostra-se preocupado com a problemática da falta de professores que já se faz sentir na Região e que será agravada com o número expressivo de profissionais que se irão reformar nos próximos anos, criticando a Secretaria da Educação por desvalorizar esta situação.
Em reação à notícia avançada hoje pelo Diário de Notícias da Madeira, que aponta para o facto de quase mil professores (951) se aposentarem até 2030, Rui Caetano condena a reação “irresponsável” do secretário regional de Educação, que opta por desvalorizar o problema, dizendo-se tranquilo em relação a este assunto, ao invés de apresentar soluções sustentáveis.
“Perante a gravidade dos dados apresentados, perante esta nova realidade que trará, sem qualquer dúvida, impactos muito negativos para o interior das escolas, o senhor secretário de Educação, a par da propaganda do regime e do negacionismo, justifica a falta de respostas sustentáveis e de futuro com os fracos argumentos da redução de alunos e o encerramento ou a fusão de escolas”, refere o deputado do PS, classificando de “demasiado grave” esta posição do titular da pasta da Educação.
Como observa o socialista, mais uma vez, Jorge Carvalho “prefere desvalorizar e empurrar o problema para a frente, em vez de apresentar medidas políticas que possam mitigar os impactos da falta de professores”. Isto, quando, ao longo do ano letivo que agora terminou, já se verificaram diversas situações relacionadas com a falta de docentes em várias disciplinas.
“Se o Governo Regional continuar a preferir a propaganda e a desvalorização dos dados estatísticos, negando a realidade concreta e recusando-se a assumir o investimento em soluções viáveis, a situação vai agravar-se de forma irreversível. As consequências serão enormes ao nível da qualidade do nosso ensino e da sobrecarga de trabalho para os professores, agravando ainda mais os níveis de cansaço e de esgotamento em que se encontram”, adverte Rui Caetano.
O parlamentar faz notar que, segundo os dados da própria Secretaria Regional, ao longo dos próximos seis anos, quase 1000 professores vão reformar-se, e considera preocupante que o secretário regional analise este problema de forma isolada, porque, além do facto de muitos destes professores, e outros que não estão ainda contabilizados, terem a possibilidade de antecipar a sua reforma, há que juntar os 107 docentes que saíram dos quadros da Região, neste ano, há poucos dias, para os quadros das escolas do território continental. Isto sem esquecer mais algumas dezenas de professores que estavam a lecionar nas escolas da Região, em situação de contratados, mas que, no concurso deste ano, conseguiram vagas para se efetivarem nas escolas do continente.
Por outro lado, o deputado do PS refere que Jorge Carvalho despreza um outro dado importante, que é o facto de, a partir deste ano letivo, os concursos para a mobilidade interna entre escolas, a nível nacional, passarem a ser feitos todos os anos, e não de quatro em quatro anos, como anteriormente. “Esta nova possibilidade aumenta a imprevisibilidade de novas saídas, ano após ano, das escolas da Região, agravando a instabilidade dentro das nossas escolas pela previsível falta de professores que vai ocorrer”, alerta, reforçando que a reação do secretário regional de Educação é “irresponsável”.