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PS acusa Governo Regional de não ter um plano para a fruticultura de altitude na Madeira

O Grupo Parlamentar do PS-Madeira na ALRAM visitou esta quarta-feira a Festa da Castanha do Curral das Freiras, onde se associou aos produtores regionais no seu desencanto com a colheita deste ano, e com a falta de respostas concretas por parte do Governo Regional.

A deputada Sílvia Sousa Silva deu voz às preocupações dos socialistas presentes nesta festa “para assinalar mais uma festa da castanha sem castanha, tal como já aconteceu com a festa da cereja sem cereja, com a festa da anona sem anona ou com a festa da cebola sem cebola. Isto parece-nos uma fatalidade para a agricultura regional, sem que o Governo tenha feito mais do que apresentar planos estratégicos por cultura, que não tiveram impacto nenhum na agricultura regional”.

Depois de um Secretário Regional que deixa como principal legado um decréscimo de mais de 15% da área agrícola na Madeira, veio a nova Secretária da Agricultura e Ambiente “anunciar mais um plano estratégico para o castanheiro em vez de um plano de ação para a fruticultura de altitude, que incorpore não só a cultura da castanha, mas também a cultura da maçã, a cultura da cereja, a cultura da ameixa. Os produtores não podem depender de uma única cultura para obter o seu rendimento, sob pena, de estarem condenados a uma vida dependente de apoios que muitas vezes não chegam ou chegam tarde e não são suficientes para cobrir os prejuízos ou que possibilitem a retoma da atividade”.

A propósito da falta de apoios, a deputada do PS lembra que existem instrumentos financeiros fáceis de acionar, que podiam ser entregues aos produtores logo depois das intempéries, mas o Governo Regional tem preferido usar esse dinheiro, que não é alvo de escrutínio por parte da União Europeia, para entregar cheques em vésperas de eleições que até podem adiar alguns problemas mas não os resolvem.

Entretanto continua por concretizar a já várias vezes prometida requalificação do Centro de Processamento da Castanha, inaugurado em 2002, mas inoperacional quase desde o início. O Centro poderia ser bastante útil na valorização da castanha, por exemplo na calibragem, mas também na esterilização, necessária à eliminação da praga do bichado, que é o principal problema identificado pelos consumidores na castanha da Madeira, ou na transformação da castanha, em farinha, seca ou desidratada por exemplo, para usar nas iguarias típicas do Curral das Freiras.

A deputada Sílvia Sousa Silva terminou dizendo que o PS quer dar o benefício da dúvida à nova Secretária e à integração da agricultura e do ambiente numa mesma secretaria mas teme que estes primeiros indicadores pareçam indicar que, na prática, não passará de uma oportunidade perdida”.