O PS-Madeira manifestou, hoje, a sua preocupação em relação ao crescente problema da droga na Região, com graves consequências ao nível da saúde, mas também aos níveis da insegurança e da violência.
Em conferência de imprensa realizada esta manhã, o líder parlamentar do PS denunciou a “inércia do Governo Regional” em relação a esta problemática, dando conta do crescimento deste fenómeno e da insegurança a que se assiste, não só no Funchal, mas também noutros concelhos da Região.
Rui Caetano acusou o Executivo de tentar esconder o problema, mas alertou para o facto de, na Madeira, o consumo de substâncias psicoativas ser quatro vezes superior ao resto do país. Uma realidade que, no se entender, decorre do modelo de desenvolvimento imposto pelo Governo Regional ao longo de todos estes anos.
“Em vez de desvalorizar e considerar que a problemática não é grave, é preciso intervir”, sublinhou o líder parlamentar socialista, defendendo uma ação “multidisciplinar, coordenada e estruturada” com a Segurança Social, a Saúde Mental e a Educação, de modo a encontrar as melhores respostas para tentar ajudar estas pessoas. “Aquilo que nós vemos é que há quem queira sair deste vício e não tem alternativas nem possibilidades, e o Governo Regional não apresenta uma única medida neste sentido”, denunciou.
Rui Caetano recordou que o PS apresentou uma proposta para a criação na Região de uma comunidade terapêutica de reinserção social, mas a mesma foi chumbada pela maioria PSD/CDS, o que prova que “não estão preocupados em encontrar alternativas para ajudar a tirar estas pessoas da toxicodependência”.
Mais grave, apontou, é o facto de o Orçamento Regional para 2023 não ter uma “única medida” que vise uma prevenção mais estruturada para evitar que as pessoas caiam no mundo da droga, nem medidas conducentes ao tratamento, acompanhamento e reinserção social destes cidadãos. “Não há um único cêntimo para esta área”, criticou.
Acusando o Executivo de esconder o fenómeno enquanto a problemática continua a aumentar, Rui Caetano lançou também farpas ao presidente do Governo por afirmar que as pessoas podem ter as janelas e as portas abertas e que não há problemas de segurança. “O senhor presidente do Governo tem um polícia à porta de casa, mas as pessoas não”, rematou.