Victor Freitas falava em Santana, após uma reunião com o presidente da Câmara Municipal local, e depois de, na parte da manhã, o Grupo Parlamentar ter também reunido com o vice-presidente da Câmara de Santa Cruz, no âmbito das jornadas parlamentares socialistas.
O deputado lembrou que, à data dos acontecimentos, que provocaram estragos em especial na costa sul da ilha, o vice-presidente do Governo «percorreu metade da ilha e prontificou-se a ajudar os municípios que tiveram esses prejuízos». Victor Freitas recordou que os técnicos das autarquias e do Governo Regional fizeram levantamentos, os quais foram enviados ao Executivo. Contudo, acusou, «as câmaras municipais tiveram de avançar com dinheiro, porque havia obras inadiáveis que tinham de ser feitas, nomeadamente no litoral, e ficaram a aguardar pela solidariedade prometida por parte do Governo, que até ao momento é zero».
No entender do líder parlamentar socialista, exigia-se, no mínimo, que da parte do vice-presidente «existisse um ponto de situação em relação a esta questão e às indemnizações às autarquias para fazer face a estes prejuízos». «Não existiu esse ponto da situação, nem ontem, no debate do estado da Região, quando confrontado pelo PS, e o que é certo é que passaram todos estes meses e, até hoje, os presidentes de câmara [não receberam] nem um telefonema da parte do Governo Regional», disse. «Para quem exige solidariedade da República, e tem tido nos momentos de aflição da Madeira, cá na Madeira não presta solidariedade aos municípios quando têm acontecimentos como os que ocorreram, com prejuízos avultados», criticou.
Victor Freitas considerou ainda ser «lamentável que o senhor vice-presidente se mantenha no silêncio e, em relação a esta matéria, não tenha uma palavra para os autarcas, por um lado, e não dê satisfações nem na Assembleia nem perante os madeirenses em relação a este comportamento que rasa a falta de solidariedade e é um comportamento que, em termos de relações institucionais, é incorreto». Defendeu, por isso, que o Governo Regional tem de assumir as suas responsabilidades e tem de, rapidamente, falar com os autarcas e honrar a palavra dada, apoiando as autarquias que tiveram prejuízos, «como se comprometeram aquando dos acontecimentos em fevereiro e março deste ano».
Ainda no âmbito das jornadas, o Grupo Parlamentar do PS efetuou também esta tarde uma visita ao Hotel Quinta do Furão, o qual Victor Freitas classificou como um «empreendimento-âncora no concelho de Santana e que permite a criação de postos de trabalho». O deputado salientou que este tipo de empreendimentos «são instrumentos de sucesso para fixar populações em concelhos que têm vindo a perder habitantes, porque o que fixa as populações são os postos de trabalho». Como tal, defendeu que deveria existir incentivos a este tipo de investimentos de qualidade noutros municípios que têm problemas idênticos ao concelho de Santana – a diminuição de população – «no sentido de também se fixar e criar postos de trabalho nestes concelhos».