O PS-Madeira vai abster-se na votação na generalidade do Orçamento Regional para 2026 e fará depender a sua posição na votação final global da recetividade que o PSD mostrar em relação às propostas de alteração que o partido irá apresentar.
A decisão foi comunicada há pouco pelo presidente do PS-M, na sequência da reunião da Comissão Política do partido, ocorrida esta tarde. Na ocasião, Paulo Cafôfo considerou que a proposta de Orçamento Regional, que será debatida na próxima semana no Parlamento, representa um recuo, já que, além de ser menor do que o Orçamento deste ano, corta em áreas que deveriam ser prioritárias, como a Saúde e a Habitação. “Trata-de de um orçamento de recuo, com menos dinheiro, menos saúde e menos habitação, mas também de recuo na palavra dada”, afirmou.
Referindo-se ao corte de 50 milhões de euros para o Serviço Regional de Saúde e de 60 milhões para a Habitação, o líder socialista acusou o Executivo de quebrar a palavra dada aos madeirenses, já que, tanto na campanha eleitoral, como no Programa de Governo, assumia estas duas áreas como prioritárias. Trata-se, como vincou, de “um Governo que desistiu dos madeirenses e que lhes vira as costas em áreas que estes tanto precisam”.
Paulo Cafôfo realçou que este não é o Orçamento do PS, mas acrescentou que, neste momento político e face às necessidades das pessoas, o partido tem uma perspetiva construtiva e responsável, pelo que considera necessário corrigir as falhas do documento.
Nesse sentido, adiantou que o PS irá abster-se na votação na generalidade, apresentando propostas de alteração muito importantes nas áreas da saúde, da habitação, da educação, dos impostos e dos rendimentos das pessoas, “esperando pelo acolhimento por parte do PSD para então tomar uma decisão em relação à votação final global”.
“Veremos qual é a recetividade do PSD. Se quer, efetivamente, melhorar o documento, temos essa disponibilidade e abertura democrática”, adiantou, deixando claro que “veremos, do outro lado, se continuam a encarar isto como uma maioria absolutista e não reconhecem o contributo de outros partidos, particularmente do PS, que encara a política não como uma oposição pura e dura, mas uma oposição construtiva, que contribui para a melhoria da vida das pessoas”.
