InícioAtualidadePolíticas públicas devem incentivar mais a prática desportiva e de atividade física

Políticas públicas devem incentivar mais a prática desportiva e de atividade física

Jorge Soares, diretor do curso de Licenciatura em Educação Física e Desporto da Universidade da Madeira, considera que as políticas públicas regionais na área do desporto devem estar focadas também no incentivo à prática de atividade física e desportiva por parte da população, enquanto fator de bem-estar, saúde e qualidade de vida.

O professor de Gestão do Desporto foi hoje o orador convidado em mais uma iniciativa no âmbito das ‘Sextas Parlamentares’, promovida pelo Grupo Parlamentar do PS, desta feita sobre as ‘Políticas Desportivas na Região’. Uma ocasião que aproveitou para lançar o debate e a reflexão sobre a necessidade de tornar o desporto e o exercício físico mais acessíveis, enquanto fatores de transformação da qualidade de vida das pessoas. “Quando se fala em desporto, falamos muito na perspetiva do setor federado e competitivo. Esse setor é importante, mas existe muito mais atividade física, exercício físico e desporto que pode ser promovido e incentivado para a própria população”, explicou o preletor.

Jorge Soares considerou que há várias soluções que podem ser desenvolvidas no contexto das políticas locais e regionais para envolver mais a população, sublinhando que o exercício físico e o desporto, desde que devidamente recomendados e acompanhados, podem ser um fator de qualidade de vida.

O responsável deu conta que mais de 50% da população madeirense não faz exercício físico regular e que o setor federado ou competitivo representa uma percentagem relativamente reduzida da população e é seletivo. “Se nós queremos aumentar a prática de exercício físico e desporto por parte das pessoas, temos de ter políticas mais assertivas e mais generalistas de promoção e de incentivo às instalações desportivas, que são caras”, disse. De acordo com Jorge Soares, não é compreensível que o setor federado aceda às instalações desportivas gratuitamente e a população tenha de pagar uma taxa relativamente elevada para fazer atividade física nestes espaços. Nesse sentido, entende que podem ser criados incentivos aos clubes, associações locais e à população para que utilizem o parque desportivo regional, mas também o “bom contexto natural”.

O docente universitário sustentou que, além dos turistas, há que promover também o acesso das pessoas à natureza. Alertou, contudo, que é preciso tornar este processo muito mais seguro e monitorizável, mas também incentivar à educação das pessoas e à sua coresponsabilização na utilização positiva dos espaços naturais. No que concerne propriamente ao turismo, Jorge Soares frisou que há zonas classificadas como património natural e que é preciso preservá-las como nossos ex-libris. “Acho que se pode fazer muito mais do que aquilo que se tem feito em termos de monitorização e aumento da segurança”, afirmou.

Políticas públicas desportivas têm de chegar a todos

Por seu turno, o presidente do Grupo Parlamentar do PS destacou a importância desta iniciativa, no sentido de promover a reflexão sobre esta temática, tendo considerado que as políticas públicas desportivas não podem ser só para o desporto profissional, mas “têm de chegar a todos e a cada um dos madeirenses”. “É preciso desenvolver um projeto regional de prática da atividade física para todos”, sensibilizando a população em geral para esta questão, disse Rui Caetano.

Outra vertente abordada pelo líder da bancada parlamentar socialista teve a ver com o turismo ativo, que está em ascensão. “É fundamental ter uma estratégia regional para desenvolver as potencialidades que a Madeira tem na questão dos trilhos, das levadas e do acesso ao mar”, afirmou, defendendo iniciativas que valorizem o nosso produto turístico, mas que promovam também a segurança e a certificação destes espaços e da atividade relacionada com o turismo.

Rui Caetano focou também o caso concreto do Porto Santo, que dispõe de infraestruturas e condições para desenvolver o desporto. Alertou, contudo, para o estado de abandono e para a falta de rentabilização das várias infraestruturas existentes.