Enquanto a insegurança ganha uma dimensão cada vez mais preocupante na Região, em particular na cidade do Funchal, os presidentes do Governo Regional e da Câmara Municipal do Funchal entretêm-se com jogos de palavras, num “pingue-pongue inócuo” que em nada contribui para resolver o problema.
Apreensivo com a escalada deste fenómeno, o presidente do PS-Madeira critica os líderes dos Executivos regional e municipal por nada fazerem para travar a violência e a insegurança que todos os dias fazem títulos nos jornais ou abrem noticiários nas rádios e canais de televisão.
“Se, por um lado, temos um presidente da Câmara que se limita e dizer e a desdizer aquilo que disse e que, na prática, não toma nenhuma decisão, por outro, temos um presidente do Governo que continua num irresponsável e já ridículo modo de negação, repetindo vezes sem conta que não há insegurança e que as pessoas podem deixar as portas de casa abertas”, dispara Sérgio Gonçalves.
O líder dos socialistas acusa Miguel Albuquerque de querer jogar areia para os olhos dos madeirenses, mas adverte que este é um problema que não pode continuar a ser ignorado, sob pena de continuar a agravar-se cada vez mais. “Nestes últimos dias, temos visto um sem número de notícias a dar conta deste tipo de episódios, incluindo um com desfecho fatal”, lamenta, frisando que é preciso agir urgentemente.
Por outro lado, Sérgio Gonçalves aponta baterias ao autarca do Funchal, que tem passado os últimos dias ora a defender de forma insensata o patrulhamento da cidade pelo Exército, ora a tentar corrigir as suas declarações, enquanto a insegurança cresce.
Para o presidente do PS, o problema não se resolve com meras palavras e exige ações concretas. Neste sentido, recorda que a irresponsabilidade do PSD e do CDS já chumbou, por duas vezes, a criação da Polícia Municipal proposta pelo PS, organismo que poderia coadjuvar na dissuasão de comportamentos desviantes. “Se o presidente da Câmara justifica esta recusa dizendo que não quer mais pessoas atrás de secretárias, então é uma questão de reorganizar os serviços de fiscalização”, vinca.
Voltando ao presidente do Governo, que ainda ontem se referiu ao “vício terrível” causado pelo ‘bloom’ e que defendeu uma intervenção multidisciplinar no sentido de curar e integrar estas pessoas, Sérgio Gonçalves limita-se a perguntar: “Por que razão a maioria PSD/CDS se recusou a debater na Assembleia Legislativa a criação de uma comunidade terapêutica de reinserção social proposta pelo PS?”