O cabeça de lista do PS-M às eleições regionais sustentou que a Saúde não pode falhar aos madeirenses e que esta é uma área fundamental na governação. Segundo afirmou, a saúde tem estado «num estado de declínio», sendo que «aquilo que nós temos de garantir é que, independentemente da sua situação socioeconómica, as pessoas tenham acesso à saúde através do setor público».
Nesta ordem de ideias, deixou duas garantias: primeiro, que «a Saúde será uma prioridade, com as reformas estruturais que são necessárias fazer neste setor, e com uma gestão mais eficiente, porque não basta derramar dinheiro e esperar que os resultados aconteçam». Por outro lado, garantiu que haverá «um reforço de verbas no orçamento da Saúde», o qual disse que tem estado subfinanciado e só serve para gerir uma crise permanente.
Paulo Cafôfo aponta que, em termos de ação prioritária, há que começar pela base do sistema regional de saúde, que são os cuidados primários, os centros de saúde. «Precisamos de contratar mais médicos e enfermeiros de família para, na base do sistema, até num caráter preventivo, as pessoas terem os cuidados de saúde primários, que são fundamentais», adiantou.
Já no que diz respeito às listas de espera, Paulo Cafôfo referiu que, além do reforço do orçamento para a Saúde, é preciso contratar mais médicos, dando o exemplo da falta que os anestesistas fazem no sistema regional e para a recuperação das listas de espera para cirurgia. Por outro lado, considerou que há que garantir uma maior eficiência e produtividade dos blocos operatórios, os quais estão subaproveitados. O candidato socialista defende ainda o estabelecimento de tempos máximos de resposta que sejam aceitáveis para que o setor público dê as respostas precisas em termos de cirurgias e que, se nesse tempo não for dada a resposta necessária por parte do setor público, haja «um complemento com o setor privado de uma forma rigorosa e transparente». «O que eu não aceito é que o desinvestimento que é feito no setor público sirva para outros negócios privados no setor da saúde», rematou Paulo Cafôfo.
De referir que a iniciativa contou com uma intervenção por videoconferência de Maria de Belém, ex-ministra da Saúde, que abordou o tema “Determinantes Sociais da Saúde”. Além disso, tiveram lugar dois painéis de debate. Um foi subordinado ao tema “Cuidados Primários Abrangentes e de Proximidade”, que contou com a participação da médica Ana Isabel Cunha e da enfermeira Cátia Neves, tendo sido moderado por Élvio Jesus. O outro foi subordinado ao tema “Urgências: desafios para o futuro” e contou com a médica Manuela Lélis e a enfermeira Mónica Pimenta, tendo a moderação ficado a cargo de António Pedro Freitas.