Segundo o candidato socialista, há áreas que estão consolidadas, como a zona da Laurissilva e dos urzais, que não podem ser mexidas e onde esta atividade não pode ser desenvolvida, mas, por outro lado, há algumas zonas das serras da Madeira em que o pastoreio seria uma vantagem, em primeiro lugar por uma questão de segurança. «Muito se fala na questão dos incêndios e das aluviões, e a verdade é que a erosão nas serras continua a acontecer e a reflorestação que tem sido implementada tem sido mal sucedida», referiu, considerando que, se for feito de uma forma controlada e ordenada, o pastoreio «pode ser um instrumento para podermos desenvolver outro ordenamento do nosso território».
Além disso, apontou a questão económica, lembrando o facto de a esmagadora maioria da carne para a espetada – o principal prato da nossa gastronomia – vir dos Açores, bem como os lacticínios.
Por estas razões, Paulo Cafôfo defende “o pastoreio regenerativo e a transumância”. É preciso definir esses percursos e é preciso dar formação aos pastores. Esta é uma alteração substancial, numa estratégia integrada de desenvolver o mundo rural, mas também de garantir a segurança das populações.
«Necessitamos de dar maior dinâmica à pecuária, promovendo a produção regional, a produção biológica, com produtos de maior valor acrescentado e com maior retorno económico. Também neste sector temos de atrair investimento, de fomentar novas unidades de transformação e de produtos regionais, que criem emprego e novas oportunidades. É necessária uma estratégia regional coerente, que trace um novo rumo para os próximos anos, e é isso que nos propomos fazer», concluiu.