No tocante à mobilidade marítima, o candidato considerou que a saída e entrada da Região também pode e deve ser feita por mar. Cafôfo é da opinião que não podemos estar a investir três milhões de euros para três meses, «só para ter um “ferry” como um teste, como disse o senhor vice-presidente do Governo, e para estar o resto do ano num cartaz». «Nós temos de criar condições para que este “ferry” tenha outra sustentabilidade. E termos sustentabilidade é ir, por exemplo, nesta linha Funchal-Lisboa», afirmou, acrescentando que Portimão tem um handicap, que é o facto de ser no sul do país. «Em termos de passageiros, em termos de volume e em termos de uma nova atratividade, Lisboa será com certeza um melhor destino e uma melhor partida também», vincou, referindo que o porto de Lisboa tem de se adaptar com uma rampa “roll on /roll off”.
Paulo Cafôfo frisou que ao defender Lisboa como destino «é precisamente para termos um “ferry” durante todo o ano», porque «ninguém tem uma operação marítima durante três meses que seja estruturalmente sustentável». «O “ferry” tem de ser todo o ano, mas para isso temos de criar outras condições, que passam, por exemplo, por o Estado garantir também aqui um subsídio de mobilidade para os residentes». «O subsídio de mobilidade não pode ser só para o transporte aéreo. O Estado português tem de garantir que neste modelo haja comparticipação nas viagens marítimas, mas também a questão do destino e da linha Funchal-Lisboa», declarou.
No que se refere à mobilidade aérea, o candidato socialista às eleições regionais de 2019 constatou que, infelizmente, o Governo Regional não quer definir o modelo, não quer essa autonomia. «A minha opinião é de que será o Governo da República a definir esse modelo, porque não podemos estar neste impasse, num modelo que foi criado que tem servido só para financiar as companhias aéreas e não os residentes», adiantou Paulo Cafôfo, lembrando que «estamos já com cerca de 40 milhões de euros que são investidos na mobilidade, mas que se mantém os preços muitos elevados». Como tal, referiu que temos de ter uma política de baixar os preços, de introduzir também uma nova companhia, mas com um modelo de mobilidade que seja idêntico ao das Canárias. «Uma comparticipação percentual nas viagens até 75% como nas Canárias parece-me que é o modelo mais correto», disse.
Por outro lado, o candidato foi ao congresso da “jota” dizer que conta com os jovens socialistas e com os jovens da Região para um futuro «à maneira da cidadania, daquilo que é uma decisão das pessoas, dos seus interesses, das suas necessidades, porque hoje em dia a política tem de ser feita pelas pessoas e para as pessoas».
Cafôfo referiu-se também ao facto de a Região ser governada há mais de 40 anos pelo mesmo tipo de poder, apontando que este governo não tem sabido adaptar-se com políticas aos novos tempos. «Os novos tempos têm de ser uma governação que tenha em conta o desenvolvimento da Região. E não há desenvolvimento da Região se não pusermos as pessoas em primeiro lugar», disse, acrescentando que a política do acumular de dívida e a questão do betão estão ultrapassadas. Na sua ótica, há um grande desafio na Região que é a questão da fixação das pessoas. «Nós temos de apostar na educação, nas competências, naquilo que é a criação de oportunidades para podermos ter um futuro garantido», defendeu ainda.
De destacar também, esta tarde, a aprovação por unanimidade da moção de estratégia global “A Madeira à Tua Maneira”, de Olavo Câmara.
Na apresentação da sua moção, o líder da JS-M explicou que a mesma vai ao encontro do momento atual que a Região atravessa e daquilo que os madeirenses anseiam, nomeadamente uma Madeira onde todos possam contribuir ativamente para a construção do seu futuro. ”A Madeira à Tua Maneira”, referiu, é «um chamamento a todos» para participarem no caminho para vencer 2019, com um projeto que vá ao encontro das soluções que todos os jovens madeirenses querem para a Madeira e para o Porto Santo.
«Os jovens estão aqui para participar, estão aqui com ideias, estão aqui para construir aquela Madeira que nós queremos», sustentou o líder da JS-M, acrescentando que «essa Madeira será feita a partir de hoje, com todas as nossas propostas, para que amanhã Paulo Cafôfo e o Partido Socialista possam implementar tudo aquilo que nós defendemos e tudo aquilo que nós sabemos que irá trazer mais qualidade de vida para todos os jovens da Madeira e do Porto Santo».