Paulo Cafôfo referiu que o Estado é, no seu ADN, centralista e que «a Autonomia é a resposta mais eficaz que temos para a resolução dos nossos problemas».
Por outro lado, o deputado sustentou que o nosso sucesso enquanto região autónoma estará dependente da forma como nós partilhamos os poderes. «Mas há uma questão que é essencial: é estarmos nesses locais de decisão, porque se nós não estamos onde se decide, não vamos conseguir obter resultados positivos e vamos continuar com os mesmos problemas de sempre, com a gritaria habitual e com o contencioso, que não ajuda nem resolve nada».
O parlamentar advertiu, contudo, que «não podemos ser subservientes» e que «temos de defender até às últimas consequências os interesses da Região». «Temos de reforçar a Autonomia, porque ao reforçarmos a Autonomia estamos a reforçar a coesão nacional», disse ainda.
Por outro lado, Paulo Cafôfo adiantou que o PS assume uma liderança de alternativa. «Nós somos a mudança e continuamos a ser a mudança. O PS é a única alternativa nesta Região. É este o nosso trabalho, de não se limitar só a denunciar, ou de indignarmo-nos, mas convertermos essa denúncia e essa indignação em transformação», que seja refletida em projetos e consequências para as pessoas.
No seu discurso, Cafôfo lançou ainda farpas para o PSD, que «não consegue sair do passado e limita-se a movimentos de adaptação», já que «adaptou-se ao CDS, mas não consegue sair do passado onde efetivamente está». «Temos um governo que nega os problemas, que adia soluções, que dá falsas esperanças e que não tem visão de futuro», criticou ainda.
O deputado socialista salientou, por outro lado, que os temas hoje debatidos nas Jornadas Parlamentares – Coesão Territorial, Cultura e Igualdade, Turismo e Autonomia – são de extrema importância e que as reflexões que aqui foram feitas serão refletidas no Parlamento nas propostas que o partido irá apresentar.
Eleições autárquicas serão fundamentais para a afirmação do PS
Coube ao presidente do PS-Madeira encerrar as jornadas. Emanuel Câmara apontou já holofotes em direção a 2021, ano em que se realizam eleições autárquicas.
«Daqui a dois anos, temos umas eleições que são determinantes para o futuro da Região Autónoma da Madeira», disse o líder socialista, avançando que o grande desafio é ir ao encontro da população. «Temos de ir para o terreno, para os concelhos todos. Daqui a dois anos temos umas eleições que são fundamentais para afirmar o PS na RAM, e isso passa por uma afirmação do poder autárquico da responsabilidade do PS, sejam câmaras municipais ou juntas de freguesia», sustentou, acrescentando que «todos temos de dar o máximo, custe o que custar».
Por outro lado, dada a realidade parlamentar atual, Emanuel Câmara disse que o PS tem uma responsabilidade acrescida. Defendeu que há um trabalho que tem de ser feito com os pés bem assentes no chão, com muita humildade e, sobretudo, «defendendo o nosso programa, mas também dialogando com o Governo Regional para ir ao encontro das melhores soluções para os madeirenses e porto-santenses».