Um momento aproveitado por Paulo Cafôfo para abordar aquela que considera que deve ser uma aposta numa produção alimentar sustentável, tendo em conta aquelas que são as caraterísticas da Região. «Nós temos essencialmente minifúndios, mas temos de capacitar e eliminar determinados condicionalismos que têm feito com que o desenvolvimento rural não possa ter outras perspetivas daquelas que existem atualmente», disse.
O candidato socialista referiu que temos de afirmar o produto regional e de garantir a qualidade e aquilo que nos distingue. «Há algo que podemos fazer aqui, que é a adaptação à Região do Estatuto da Agricultura Familiar», adiantou, constatando que se verifica o abandono dos campos e a desertificação e que temos de inverter esta tendência. «Isto pode ser feito precisamente com aquilo que é nosso, com aquilo que são os produtos rurais, os produtos agrícolas que nos distinguem de outros», sustentou.
Paulo Cafôfo explicou que, através do Estatuto da Agricultura Familiar, podem ser dados benefícios fiscais aos agricultores, e, por outro lado, apoio financeiro, porque «nós devemos discriminar positivamente aqueles que são os nossos agricultores, que têm um minifúndio, uma pequena parcela de terreno e precisam de uma compensação». «Essa é uma compensação pelo serviço que prestam pela manutenção do nosso ecossistema», referiu, lembrando que este estatuto abrange mais de 90 por cento dos agricultores da Madeira. «Este estatuto é, na minha perspetiva, a estratégia correta, adaptando-o aqui à Região, para apoios financeiros para uma compensação aos agricultores e benefícios fiscais», vincou, defendendo ainda a revitalização dos centros e das infraestruturas de apoio à produção, à transformação e à comercialização dos produtos. Neste âmbito, considerou que, além dos produtos frescos, deve-se apostar na desidratação, cristalização e produção de compotas e licores, ou seja, numa transformação que possa ser rentável para as pessoas.
Além disso, Paulo Cafôfo apontou outros dois eixos que considera fundamentais, nomeadamente a aposta na agricultura biológica, que é muito mais do que uma tendência e valoriza os produtos, e ainda o turismo rural. «Temos produtos únicos, temos as pessoas que, com a hospitalidade, fazem a diferença, e temos aqui nesta ruralidade um potenciar de uma economia diversificada», afirmou.
Dando conta do abandono dos campos e do despovoamento, o candidato socialista salientou que «temos de aproveitar aquilo que possa ser um condicionamento para ser uma potencialidade». «Não basta nós darmos o cheque para a mão das pessoas, porque ninguém precisa de uma esmola. O que as pessoas precisam é de uma oportunidade para poderem produzir, para poderem vender os seus produtos e isso é uma estratégia que nos diferencia daquela que tem sido implementada pelo atual Governo», rematou.
De referir que a acompanhar Paulo Cafôfo estiveram também o presidente do PS-M, Emanuel Câmara, bem como diversos elementos do partido.