O PS Madeira considera que a decisão do Governo Regional de excluir a Madeira da participação no capital do Banco do Fomento é, no mínimo, contraditória, e revela o desnorte do Executivo em relação a uma matéria que poderia ser de grande interesse para o tecido empresarial madeirense.
Primeiramente, foi o secretário regional das Finanças a revelar que a Região não vai participar no capital social do Banco de Fomento e que, ao invés disso, vai aplicar diretamente 130 milhões de euros no apoio às empresas. Já ontem, o presidente do Governo disse ter chegado à conclusão de que “não é necessária essa participação” e que isso “não tinha vantagens”.
Sérgio Gonçalves considera que não deixa de ser curioso que, ao longo do ano passado, o próprio Governo Regional tenha vindo a insistir nessa mesma participação, algo que, aliás, o próprio PS já tinha proposto, de modo a possibilitar o acesso das empresas regionais a este mecanismo financeiro, tendo em conta que há segmentos aos quais a banca tradicional não responde.
O presidente do PS Madeira recorda que o próprio então vice-presidente do Governo, Pedro Calado, pediu a inclusão da Região, afirmando na altura que esta seria uma forma de ajudar as empresas e que não era “compreensível haver um banco de fomento a nível nacional, que está designado para fazer este tipo de projetos, e depois não integrar as duas regiões autónomas”.
Sérgio Gonçalves lembra, também, que o vice-presidente do Governo Regional e o ministro da Economia chegaram a assinar um memorando de entendimento tendo em vista a participação da Região no Banco de Fomento. “Assistimos agora a um marcha-atrás na decisão tomada e a uma posição completamente contrária àquela que havia sido defendida, o que faz com que pareçamos estar perante um Governo Regional bipolar”, acusa o líder socialista. Perante o anúncio do secretário das Finanças de que serão canalizados 130 milhões de euros para as empresas nos próximos sete anos no âmbito da transição digital, Sérgio Gonçalves diz esperar que não se repita a mesma situação verificada com as verbas do INVESTE RAM. “Ao longo de meses, o Governo Regional andou a dizer que havia derramado 160 milhões de euros na economia, mas veio a verificar-se que apenas foram aplicados 15 milhões de euros até à data. Esperemos que agora não estejamos perante mais uma ilusão e, desta vez, os milhões anunciados cheguem, de facto, ao tecido empresarial”, vinca Sérgio Gonçalves.