Na audição ao ministro do Mar, no âmbito da Comissão de Agricultura e Mar, o parlamentar madeirense abordou o plano de ação nacional para a gestão e conservação dos tubarões e raias, proposto na sequência de um estudo sobre a espécie, questionando o que tem feito o Governo no sentido de estudar, adotar e aplicar medidas e técnicas que evitem a pesca acessória ou acidental destas espécies.
Olavo Câmara referiu que este é um assunto com uma importância em duas dimensões. Por um lado, a salvaguarda da sustentabilidade da espécie e, por outro, a questão relacionada com a pesca acessória.
O parlamentar lembrou que a pesca da ‘gata’ foi proibida pela União Europeia, mas advertiu que esta se trata de uma captura acessória à pesca do peixe espada preto, sendo que, com estas orientações, os pescadores são obrigados a deitar o peixe morto ao mar, ainda que o mesmo tenha sido apanhado acidentalmente. Algo que, na sua ótica, não faz sentido, até porque esta é uma iguaria típica de Câmara de Lobos e pode ser um contributo para a economia familiar dos pescadores.
“Enquanto deputado eleito pela Madeira, espero da parte do sr. ministro solidariedade e ação junto da União Europeia para inverter esta decisão, já que o Governo Regional da Madeira não fez o seu trabalho de casa, quando tinha obrigação de o fazer, o que penalizou muitos os pescadores de Câmara de Lobos”, afirmou.
Por outro lado, Olavo Câmara sublinhou que a pesca do espada preto “nunca pode ser posta em causa, nem pela União europeia, nem por planos, nem por um Governo Regional e uma Secretaria Regional das pescas da Madeira amorfa”. “Precisamos de avançar já com o trabalho de casa, seja com estudos, com financiamento ou com novas técnicas de captura que evitem pesca acessória, de maneira a que esta pesca nunca seja posta em causa e se salvaguardem as iguarias da nossa Região e o sustento dos nossos pescadores”, rematou.