Olavo Câmara, deputado do PS-Madeira à Assembleia da República, defendeu a criação de bolsas de estudo para apoiar os médicos formados no estrangeiro durante os processos de equivalência em Portugal.
Durante a audição ao ministro dos Negócios Estrangeiros, na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, o parlamentar madeirense considerou ser preciso encontrar uma solução que torne este processo menos penoso, dispendioso e demorado.
Para o deputado esta solução passa pelo estabelecimento de parcerias, como a que já existiu com a fundação Gulbenkian, tendo felicitado o Governo por estar já a trabalhar com parceiros para criar uma bolsa que financie os estudos durante este processo.
O Executivo está atualmente a estabelecer contactos com a fundação nesse sentido, tendo até reunido com associações representativas dos emigrantes, incluindo da Madeira, e identificado vários médicos que se encontram nesta situação.
Olavo Câmara defende, no entanto, que os processos de equivalência têm de ser agilizados, e que os profissionais neste campo têm de ser apoiados, uma vez que se trata de um assunto importante para o país, não só pela conjuntura de pandemia e a necessidade de ter disponíveis todos os meios de resposta, mas também por uma questão de justiça para muitos lusodescendentes nesta situação.
“Como podemos aceitar que muitos destes processos possam demorar mais de dois anos, com elevados custos monetários, com vários momentos de avaliação, mais uma tese final, que exigem muitas horas de estudo e trabalho?”, questionou o deputado socialista, lembrando que muitas destas pessoas têm de conciliar horários de estudo e de trabalho, assumindo os elevados custos desta certificação com baixas remunerações que resultam precisamente de não terem as suas formações superiores certificadas em Portugal.