Ainda que este seja um setor regionalizado, o parlamentar levou o assunto à audição com a ministra da Saúde, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2021.
Olavo Câmara afirmou que o Governo Regional «não responde, nem é transparente na forma como gere a Saúde na Região», dando como exemplo o facto de, ontem mesmo, ter-se realizado um debate no Parlamento regional sobre a pandemia, sendo que, perante perguntas sobre o número de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde contratados, a oposição «obteve zero respostas», o que «é inaceitável».
«É importante saber se houve ou não reforço dos meios humanos no Sistema Regional de Saúde e se a senhora ministra tem ou não esse conhecimento», afirmou o deputado socialista, acrescentando que sabemos os números nacionais, mas os regionais não.
«Sabemos que, nos últimos anos, o SNS conta com mais de 19 mil novos profissionais de saúde. Na Madeira não sabemos! No país, foram contratados mais de 4 mil novos médicos desde 2015. Na Madeira não sabemos! A nível nacional existem mais de 7 mil novos enfermeiros. Na Madeira não sabemos! Pelo contrário, só conhecemos as últimas declarações do presidente do Sindicato dos Enfermeiros, que indicam para a necessidade de serem contratados mais enfermeiros», sustentou Olavo Câmara. Além disso, referiu que foram contratados mais de 5 mil profissionais de saúde para fazer face à Covid-19, mas na Madeira esses números não são conhecidos. Enquanto que no continente será pago um subsídio extraordinário de risco aos profissionais de saúde devido à pandemia, na Região não sabemos se vai haver idêntica medida, disse ainda.
O socialista lembrou o facto de os últimos dados sobre a Saúde na Região terem sido publicados no fim de 2018 e de o tempo médio de espera por uma cirurgia ser superior a 3 anos.
A um outro nível, afirmou que foi apresentado um plano de saúde Outono-Inverno na Madeira que «ninguém conhece». Olavo Câmara disse ser inquestionável a resposta dada ao combate à Covid-19 na Região e elogiou o profissionalismo e o empenho de todos profissionais de saúde, aos quais «devemos muito». O que está em causa, frisou, «é a transparência e o acesso à informação».